No Brasil poucas pessoas são tão maltratadas quanto a língua portuguesa, a língua que nós falamos, que serve de base para a comunicação e que é um dos mais fortes elos da nossa nacionalidade.
Alemanha, Itália, Espanha e tantos outros países são a soma, na marra, de povos que inclusive falam outras línguas. O Brasil, não. O Brasil é um imenso território, cuja população fala apenas uma língua: o português.
O bom, belo e doce português da palavra saudade, que na época das descobertas devia doer no peito dos navegantes, dos náufragos, dos desterrados deixados em costas desconhecidas, entre povos estranhos.
O bom e belo português que é o terceiro idioma ocidental mais falado no mundo, com perto de 250 milhões de pessoas se comunicando através dele em todas as partes do globo.
O bom e belo português que foi abafado em Timor Leste durante os anos que o país foi território conquistado, para ressurgir como língua oficial, escolhida pelo povo, tão logo a nação recuperou sua independência.
No Brasil, o idioma tem sido sistematicamente agredido. E as agressões partem de onde se deveria esperar a mais intransigente defesa: o Governo Federal. Um decreto cria a palavra Presidenta. Um livro aprovado pelo MEC diz que nós vai pescar os peixe, ou coisa assim. As mais altas autoridades não se inibem de falar e escrever errado. O seu ensino é pífio em todos os níveis escolares.
No entanto, há uma esperança. A efetiva entrada em vigor do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa pode abrir um novo momento, em que o nosso idioma seja respeitado e se transforme em idioma oficial da ONU.