O tema em questão é, sem dúvida alguma, um dos mais frequentes nas
reuniões empresarias que participo. Os números divulgados sobre as vagas remanescentes de trabalho, no Brasil, são assustadores para uma população com necessidades tão básicas. Mesmo com a crise global, menos de 45% das vagas disponíveis no mercado são preenchidas; 86% dos executivos das grandes e medias empresas com operações no Brasil estão preocupados com o impacto da falta de mão de obra na expansão das operações locais. A escassez de mão de obra qualificada é um “fato instalado” no nosso país, em consequência da falta de estrutura na educação brasileira nas últimas cinco décadas, no mínimo. Para agravar, a solução demanda tempo e exigirá políticas estruturais de nosso governo. Como efeito colateral, hoje existe uma “verdadeira guerra” entre as empresas pela mão de obra qualificada. A disputa por profissionais acarreta índices altíssimos de turnover de profissionais nas empresas e uma inflação na remuneração desses, observada especialmente nos dois últimos anos. Longe de ser contrário a políticas de remuneração agressivas que propiciem melhor qualidade de vida às pessoas, mas a constatação é uma “inflação interna na remuneração do pessoal” muito maior que o crescimento das empresas, o que, no longo prazo, pode inclusive inviabilizar negócios, sobretudo em segmentos em que a mão de obra representa muito no custo total como, por exemplo, o setor de serviços. Diante desse cenário como as empresas estão se comportando? Evidente que existem inúmeras estratégias de retenção de pessoal, mas o que temos visto e praticado com os nossos clientes de mais eficaz é a instauração do conhecimento no próprio negócio, ou seja, o know-how das pessoas sendo cada vez mais formatado e estruturado com o objetivo de reter o conhecimento das mesmas dentro da organização.
Através de uma plataforma tecnológica de gestão de conhecimento estamos
realizando trabalhos de capacitação e desenvolvimento de mão de obra em nossos clientes. Em suma, utilizamos nosso DNA de gestão de negócios para promover um link direto do conhecimento aplicado com os principais indicadores do negócio. Em um exemplo interessante, estamos realizando esse trabalho em um grande player no segmento de hotelaria, um dos indicadores críticos é o tempo de room service. Através de vídeos autoexplicativos capacitamos os colaboradores desde o atendimento telefônico, passando pela preparação dos pratos, a arrumação das bandejas, até a entrega ao cliente final. Tal conceito extrapola o ensino a distancia uma vez que, além da capacitação, temos condições de testar o conhecimento aplicado. Adicionalmente, fazemos a ligação do conhecimento com o resultado esperado, representado pelo tempo médio almejado de room service no exemplo acima. Através do portal do conhecimento, estamos suportando o crescimento expressivo do negócio, capacitando rapidamente a mão de obra para inauguração de vários hotéis, além, é claro, de padronizar todo o processo de atendimento ao cliente. Outro ponto importante desse trabalho é a utilização dessa mesma plataforma desde o momento da contratação, utilizando-se de testes de conhecimento para selecionar o pessoal. Após a contratação, todo o desenvolvimento do colaborador é formalizado na plataforma, o que propicia o desenvolvimento de todo o seu history line. Esse tipo de trabalho viabiliza ainda algo inovador sobre política de premiações e/ou promoções a colaboradores, que é a combinação de resultados com conhecimento aplicado. Penso que, além da capacitação das pessoas rapidamente em conhecimentos diversos, esse conceito é uma alternativa rápida e viável que pode ser utilizada pelo setor privado para tentar driblar a escassez de mão de obra qualificada que prejudica diversos setores da economia.
Confira abaixo as dez profissões que estarão em alta este ano e o porquê de elas
terem uma demanda aquecida.
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PERITO JUDICIAL,GESTOR EMPRESARIAL E CONSULTOR EM MARCAS E PATENTES,DR. EM ECONOMIA.