Os quatro primeiros meses deste ano não foram bons para a política e a economia do Brasil. A severa seca que afeta os reservatórios do Sudeste aumentou o preço dos alimentos, trouxe o risco de racionamento e levou a inflação ao teto de 6,5% estabelecido pelo governo.
Aumento de 10% do Bolsa Família é medida populista, diz ‘Financial Times’
Essa estagnação econômica contrasta com o aumento de gastos do governo, que somente nos primeiros quatro meses deste ano aumentaram 29% em comparação com o mesmo período dos anos anteriores. Enquanto isso, as receitas do governo cresceram apenas 12%.
Na contramão do bom-senso
A corrida eleitoral fez o governo aumentar as despesas, embora a presidente tenha se comprometido a reduzi-las. Empenhada em compensar a recente queda de popularidade, Dilma aumentou os gastos com os programas sociais considerados vitrine política de seu governo.
Gastos com o Minha Casa, Minha Vida e PAC cresceram 21%. Isenções fiscais e outras medidas implementadas para ajudar o setor manufatureiro também contribuíram para o aumento da dívida pública federal. Recentemente, a presidente anunciou um aumento de 10% nos benefícios do Bolsa Família.
As medidas tomadas pelo governo para atrair votos vão refletir negativamente no orçamento do país. Se esse declínio econômico persistir, a popularidade de Dilma cairá ainda mais. A proximidade da Copa do Mundo também afetará o governo e a busca pela reeleição de Dilma, já que a infraestrutura do Brasil não está preparada para eventos de grande porte.