MANIFESTO
MAÇÔNICO
Em
1717, os mestres maçons resolveram criar um pacto para que a Ordem subsistisse
através do tempo. Assim, as maiores guildas de pedreiros livres se uniram,
criando a Maçonaria una e mundial. O que estamos dizendo, é que a grandeza da
Maçonaria de hoje se deve ao fato de que foi necessário que cada maçom e que
cada guilda abrisse mão de uma fração de si para construção de uma Ordem
universal e poderosa.
A
Ordem permanece a mesma, embora eu já não tenha certeza se os maçons têm o
mesmo espírito e comprometimento, apesar de bons contribuintes, da qualidade de
suas Lojas e dos rigorosos processos de escolha dos candidatos. Explico a
martelada.
Temos
um vácuo operacional gerado pelo abandono e torpor de não estamos inseridos nos
problemas da Loja e da filosofia maçônica. Nossa preocupação parece estar mais
ligada a fazer festas, banquetes e eventos filantrópicos (que também terminam
em festas). Estamos nos afastando do cenário político e decisório da Loja. Por
quê? Porque nos tornamos míopes; não enxergamos nada além do conteúdo dos
rituais maçônicos e das efemérides mensais.
Nesse
cenário o maçom se torna mais uma figura alegórica e simbólica da Loja, ficando
cego, surdo e mudo ante ao que ocorre ao nosso redor e sem apresentar ou
discutir propostas em cada sessão. Isso é abrir mão de nossa liberdade de
consciência. É nos tornarmos escravos do vício da preguiça, do descaso e do
descomprometimento para com o bem estar da humanidade.
O
resultado dessa inoperância e dessa omissão é o empobrecimento da Loja. E
observem que Loja rica não é aquela que tem quantidade de obreiros, mas aquela
que tem qualidade nos obreiros.
Berrar
não vai extirpar o mal. É preciso ação com direção. Esqueçamos as propostas
ingênuas e inócuas. Não há mais tempo para romantismo ou alienação. Temos que criar
um eixo de gravidade em torno da Loja, reformular o discurso e levar todos ao
comprometimento. Fazer a diferença e sair da indiferença.
Aprendizes,
Companheiros e Mestres, vamos sair da caverna e da platéia para nos tornar
atores, mesmo correndo o risco do insucesso e do fracasso. Para isso, é
necessário identificar-se com a Loja e com seus objetivos; criar vínculo de
afetividade e lealdade. Temos que sentir orgulho de estar na Maçonaria. Talvez
isso não lhe traga recompensa material; e nem se faz necessário, senão
criaríamos uma pedagogia da troca e isso é inconcebível para maçons que se
dizem lutar contra as paixões e vaidades profanas (talvez isso ainda seja
utopia numa grande maioria de nós mesmos).
Também
não se pede comprometimento pela imposição de normas, senão nos tornaríamos uma
Ordem autoritária e que não respeitaria a liberdade do ser humano. Temos que
estar comprometidos por uma questão de internalização de comportamentos sadios
e virtuosos. Lembrem-se: ao se fazer omelete com bacon, a galinha contribui,
mas o porco é que se compromete mesmo. O comprometimento maçônico não admite
atalhos. Requer ação e dedicação.
Não
estamos pedindo que o Ir:. abandone sua vida profana. Longe disso! Rogamos uma busca do equilíbrio entre a Loja
e os compromissos agendados em outros horizontes.
Por
fim, caso não se queira assumir compromisso com a Loja então siga estes
conselhos: não frequente a loja, mas reclame de tudo quando comparecer à
reunião. Importante: apresente desculpas quando lhe derem alguma tarefa, porém
critique o trabalho daqueles que estão se esforçando para fazer a Loja crescer,
e diga ainda que eles formam uma “panelinha” para mandar. Caso dê idéias e elas
forem aceitas, falte no dia da execução. Assim, quando a Loja estiver abatendo
colunas, então diga bem alto nos salões de banquete: Eu não disse!
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