segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Ciclovias para quê?





As novas ciclovias da cidade de São Paulo, principalmente as implantadas na área central, dividem as opiniões e ainda não entraram de vez no cotidiano dos paulistanos. São pedestres, comerciantes, motoristas e ciclistas tentando se adaptar à novidade. Por elas se encontra de tudo: carros atravessados tentando entrar nos estacionamentos, portas de táxis abertas, invadindo a faixa exclusiva, skatistas, triciclos de entregadores e muitos pedestres. Bicicletas mesmo ainda são poucas.

Enquanto ambientalistas e cicloativistas defendem a medida, os motoristas reclamam da diminuição do espaço para circular e para estacionar, dificultando ainda mais o trânsito. Na opinião de alguns comerciantes, as ciclovias reduzem o potencial de clientes, principalmente pela falta de vagas para estacionar. E como foram instaladas junto às calçadas, dificultam o trabalho de carga e descarga e de embarque e desembarque.

De acordo com vários comerciantes , desde que a ciclovia foi implantada, há quase dois meses, o movimento caiu cerca de 50%. "A faixa inibe a vinda de novos clientes, que desistem de vir por causa da dificuldade para estacionar", afirmam.

A gestão do prefeito Fernando Haddad já implantou 16,4 quilômetros de ciclovias no Centro. A meta da prefeitura é de que, até o final de 2015, sejam 400 quilômetros de vias exclusivas para bicicletas na cidade.

Com relação às críticas de que não ouve ao comércio e à população sobre a implantação das ciclovias e de que não há um estudo de demanda ou impacto, A Prefeitura apenas cumpre as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. "É obrigação da gestão pública fomentar o desenvolvimento e o equilíbrio de todos os modais", diz Haddad.

Outro ponto polêmico se refere à quantidade, ainda pequena, de ciclistas que usam as vias exclusivas. A CET ainda não tem um levantamento. "A adesão virá com o tempo", afirma.


"O assunto merece ser melhor debatido. Não adianta nada construir ciclovias aleatoriamente para só depois verificar se elas funcionam ou não, assim como aconteceu com as faixas exclusivas para ônibus.