terça-feira, 28 de maio de 2013

A GERAÇÃO NET


Por séculos, se não por milénios, os filhos receberam o saber dos pais e dos avós. Mas pela primeira vez a espécie humana depara-se com um processo inverso, ou seja, são as crianças que dão aulas aos adultos. Mérito ou culpa desta mini-revolução é a chegada do computador e das novas tecnologias. Ou seja, as crianças, criadas com os videogames e o microchip, estão anos-luz à frente dos pais. Que ficam parados em frente de um monitor, incapazes de encontrar um arquivo ou de navegar na internet. Essas crianças já não constituem um ou outro exemplo, são, hoje em dia, um fato. E é com o passar dos anos que a diferença se acentua, face a toda uma geração nada e criada com um computador à frente e que não compreende como poderia o mundo funcionar antes, sem.

Uma desgraça? Não sei ! A Geração Net dará vida a uma sociedade menos autoritária e mais levada ao diálogo. Enquanto a geração precedente (a nascida entre o pós-guerra e os anos 60) cresceu embalando-se passivamente diante da televisão, os jovens de hoje divertem-se interagindo uns com os outros através do computador. Resultado: a Geração Net formará uma sociedade mais colaborativa, menos hierarquizada e burocratizada, com um maior nível de educação. "Defrontamo-nos com um conceito de autoridade mais alargada" . Cujos estudos derivam da discussão feita via internet com cerca de 300 jovens entre os 4 e os 20 anos. "Estudos feitos mostram o óbvio, 85% de entre eles sabiam mais de computadores e de internet que os pais. E já há milhares de crianças abaixo dos 10 anos com páginas Web. O que está a criar uma cultura inteiramente nova".

É inútil dizer que para além da nova cultura se preparam grandes mudanças no campo do trabalho. Visto que os mesmos jovens tecnológicos dentro de alguns anos serão os novos empregados-técnicos-operários-dirigentes. E já há quem pense nesses termos (sobretudo nos EUA).  Não faltam os problemas,  para as crianças das famílias pobres, afastadas do mundo digital, os chamados infopobres, (não tem Wi-Fi, não tem supercomputadores, não tem celulares Smartphones, etc) cavar-se-à ainda mais o fosso que os separa dos seus contemporâneos mais afortunados. "Mas isto é um problema que deverão ser os governos a resolver, bem como todos os que detém o poder, e os pais. Os governos poderão favorecer a aquisição do computador nos meios mais desfavorecidos. E isto não é uma questão social ou ética, mas antes econômica, dados os benefícios daí resultantes para a riqueza geral".

É verdade que estas são opiniões e não profecias. Não poucos observatórios estão céticos sobre os efeitos das novas tecnologias a breve trecho. E nem sequer são os pessimistas, visto que a possibilidade de o controle da tecnologia acabar nas mãos de uns poucos não ser uma questão assim tão remota. Um nome acima de todos: a Microsoft de Bill Gates, que com o sistema Windows domina o mercado mundial, encontrando-se neste momento sob acusação de violação da lei antitrust nos EUA.

Porém, eu  insisto: a televisão é passiva, enquanto que o PC e a internet querem dizer habilidade, diálogo, e-mail, chat, interatividade. Mas ainda existem os livros e é uma verdade a ser dita: "Se fores um bom leitor , um bom escritor, um bom ouvinte, então és tu a comandar o jogo".

Mas observem ao seu lado um robô andando, e teclando seu celular, tablet ou PC, os "caras" não sabem quem estão ao seu lado, onde estão, se faz chuva ou se faz sol!
Nos trens. metrôs, restaurantes e até dirigindo o carro!!

A Geração NET está fadada a ser um expert em tecnologia digital, mas um grande problema para os psiquiatras, pois terão sérios problemas de relacionamentos, toques, sentimentos, traumas e neuroses. 
Aguardem para ver! 
Se você ainda tem cérebro e vive, curta a vida ao máximo.