Você, vai continuar se lamentando ou está preparado para mudar opiniões, atitudes e hábitos?
O
que você faz quando não gosta de um programa na televisão? A maioria
dos telespectadores não pensa duas vezes: pega o controle remoto e muda
de canal. Mas na vida real as coisas funcionam de modo diferente. Muitas
pessoas gostam de assistir às falhas dos outros, sem mexer um único
dedo para mudar alguma coisa, mesmo quando podem. Umas chegam até a
repetir os mesmos deslizes que fazem questão de criticar. Por que tanta
gente enxerga erros, mas não faz nada para encontrar soluções?
A
diferença entre pensamentos e atitudes ocorre por causa de um simples
fator: falar da boca para fora é muito mais fácil do que mudar a si
próprio. Mas não adianta só reclamar. Se você deseja mudanças na sua
vida ou para seu País, precisa primeiro assumir a sua parcela de
responsabilidade. E começar a transformar hábitos negativos usando a sua
inteligência.
Segue 10 transformações que vão abrir caminho para um mundo
com menos reclamação e mais ação. E aí, topa o desafio?
Você
faria sociedade com uma pessoa que vai contra os seus interesses? É
claro que não. Nas eleições, o pensamento deve ser o mesmo: precisamos
escolher os representantes mais adequados para defender nossos
interesses. Voto não é mercadoria para ser trocado ou vendido. Ele é
nossa maior arma para lutar pelas mudanças que queremos. Por isso, é
importante analisar propostas e não se deixar influenciar por outras
pessoas. E procurar saber quem é o candidato, bem como o seu histórico.
Deixar de comer na mão dos grandes monopólios de comunicação
Grandes
empresas de comunicação não somente estão sujeitas ao erro, como podem
influenciar a opinião das pessoas. Por isso, precisamos ficar atentos ao
que ouvimos no rádio, ao que vemos na televisão e ao que lemos em sites
e jornais. No Brasil, boa parte dos meios de comunicação pertence a
cerca de dez grupos familiares, como Editora Abril, Organizações Globo,
RBS, SBT e Grupo Bandeirantes. Informe-se. Procure saber o outro lado da
notícia e checar os fatos, em vez de acreditar em uma só versão.
Questione os reais motivos por trás das informações divulgadas.
Combater a corrupção
Mais
de R$ 10 bilhões foram desviados no Brasil nos diversos tipos de
corrupção nos últimos 11 anos, segundo a Controladoria-Geral da União. O
que muitas pessoas não percebem é que a corrupção está muito perto do
nosso dia a dia. Quem aceita suborno de fiscais para camuflar uma
fraude, por exemplo, é tão corrupto quanto os políticos acusados.
Desviar recursos de um condomínio também é corrupção. Quem deseja o fim
desse mal no País também precisa começar a eliminar a corrupção dentro
de casa.
Quantos
livros você lê por ano? O índice de leitura espontânea no Brasil é de
pouco mais de um livro por ano, segundo pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil. O índice ainda é muito baixo, principalmente se levarmos em
conta todos os benefícios da leitura, que incluem o desenvolvimento da
capacidade de argumentação, melhora na escrita e até o aumento das
chances no mercado de trabalho. Quanto mais você lê, mais fica preparado
para formar as próprias opiniões.
Respeitar as leis de trânsito
Mais
de 980 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil entre
1980 e 2011, segundo o Mapa da Violência 2013. No ano passado, os
acidentes fatais custaram 54.767 indenizações pagas pelo seguro DPVAT. E
o balanço da Polícia Rodoviária Federal sobre mortes nas estradas no
carnaval confirma: a imprudência foi a grande vilã. Reduzir o número de
mortes no trânsito depende do esforço de cada cidadão. Não beber e
dirigir, não fazer ultrapassagens perigosas, usar equipamentos de
segurança e respeitar faixas e limite de velocidade podem, sim, salvar
milhares de vida.
Abandonar os preconceitos
Nas
últimas semanas, os jogadores de futebol Arouca e Tinga ganharam
destaque na imprensa por causa do preconceito racial que sofreram. Na
maioria das vezes, no entanto, o preconceito é camuflado em brincadeiras
de mau gosto e termina impune. Para acabar com o problema, é importante
pensar antes de contar piadas baseadas na cor, na religião ou no local
de origem de uma pessoa. Denunciar quem faz ofensas e não repetir
discursos de ódio também são atitudes fundamentais. Afinal, somos todos
iguais. E quem desrespeita esse fato pode até ser preso.
Escolher o que consome
Selecionar
o que você consome é uma decisão que vai além de preço, moda ou
situação financeira. Uma refeição muito barata, por exemplo, pode sair
caro para a sua saúde se os produtos usados estiverem estragados, não é?
O mesmo vale para um sapato de grife famosa que machuque os pés. Por
que pagar tão caro se você vai sofrer? Antes de escolher, analise o
rótulo dos produtos e descubra a história da empresa que você vai
contratar. Isso significa mais respeito com o meio ambiente, com os
outros seres humanos e com você mesmo.
Música
romântica, família reunida e cachorros saltitantes. Esse é o cenário
perfeito para aquelas propagandas que nos fazem chorar de emoção.
Comerciais que apelam para os sentimentos têm um objetivo simples:
induzir o consumidor a acreditar que só será feliz se tiver todos os
produtos anunciados. Antes de sacar o cartão de crédito, avalie se você
precisa mesmo ir às compras. Afinal, bens materiais não compram a
felicidade.
Ser pontual com seus compromissos
Imagine
a cena: você tem um voo marcado para as 10h, mas chega ao aeroporto às
12h. Qual é o resultado? Perda de tempo e dinheiro. Mas a falta de
pontualidade não traz apenas perdas financeiras: atrasados ganham fama
de mal educados e comprometem a própria reputação. Pontualidade
significa respeito. Quem é pontual mostra que é capaz de cumprir com a
própria palavra. As crianças devem aprender desde pequenas o valor da
pontualidade, chegando às aulas no horário marcado. A lição vale para a
vida toda.
Nos
últimos dois anos, mais de 20 marcas famosas de roupas brasileiras
estiveram envolvidas com o uso de mão de obra escrava. É isso mesmo:
enquanto vendem roupas a preço de ouro no shopping, muitas grifes
exploram o trabalho de pessoas. Será que todos os consumidores que
frequentam essas lojas apoiam o trabalho escravo? Se você não concorda,
comece a boicotar. Como? É só não comprar mais nenhum produto dessas
empresas. O mesmo vale para serviços: se você foi mal atendido em um
restaurante, não volte nunca mais lá. E o que adianta protestar contra a
Copa, se nos dias dos jogos você vai estar no estádio ou sentado em
casa curtindo com os amigos? Já imaginou se os estádios não encherem? E
se a audiência da TV nos jogos for baixa? O boicote é uma atitude
pacífica e racional.
4 passos para a mudança
Saiba como sair da zona de conforto e promover mudanças na sua rotina:
1–
Tome consciência: identifique o hábito ou a atitude que o incomoda.
Descubra como e por que adquiriu o mau hábito. Muitas vezes repetimos
discursos preconceituosos que ouvimos desde a infância sem nunca ter
parado para pensar neles. Em outros casos, optamos por manter hábitos
ruins para aliviar a ansiedade, sem perceber que uma escolha negativa
também pode trazer consequências negativas. Uma pessoa que come em
excesso para aliviar a tensão, por exemplo, está mais sujeita a ganhar
peso e a desenvolver doenças como diabetes.
2
– Busque alternativas: tente ser mais flexível e experimente novas
maneiras de chegar ao mesmo resultado. Ensine seu cérebro a sair do
piloto automático e a buscar novas rotas. Comunique a outras pessoas seu
desejo de mudança. Inspire-se em pessoas que conseguiram mudar, troque
informações e aprenda com outras experiências.
3
– Substitua a recompensa: entenda que tipo de prazer o mau hábito
proporciona a você. Depois, encontre outra atividade que ofereça o mesmo
prazer – ela substituirá o mau hábito. Por exemplo: fumantes que usam o
cigarro para relaxar podem tentar substituir o fumo por outra atividade
relaxante e saudável, como exercício físico, atividades culturais ou em
família.
4 – Persista: toda mudança gera desconforto, seja uma mudança de comportamento, seja de pensamento.
O
segredo é persistir, treinar e recomeçar. Se você tiver uma recaída,
lembre-se de que a mudança não é um processo mágico – por isso, tente de
novo.