quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Os sapatos perfeitos

Para mim, no que toca a vestuário, é nos sapatos que é mais difícil encontrar aquilo que 
realmente gostamos. Usando uma expressão popular nos dias que correm, no que toca a 
sapatos  existe uma fina  linha entre o admirável e o dispensável. Nos sapatos os detalhes 
são tudo e às vezes  bastam  pequenos  milímetros de diferença para que se perca a 
harmonia. Ainda para mais porque os sapatos são das peças  mais caras que podemos adquirir
 e por isso vale a pena apostar aquilo que nos faz ter vontade de calçar.

Quando nos cruzamos com os sapatos perfeitos paramos e admiramos. Com pena minha não 
me cruzei  fisicamente com estes apenas vi nesta foto. Não lhe alterava nada, estão perfeitos
 assim.


A perfeição deles vem da coerência entre todos os detalhes mas também do resultado final.
 Aplica-se  a  estes sapatos uma expressão inglesa de que gosto bastante: o todo é maior do
 que a soma das suas  partes. E que partes são essas? Que coerência existe entre elas?
 São uns oxford (o tipo mais formal de  sapato) mas num tom cognac esportivo 
que lhes dão  uma formalidade intermédia.

Os detalhes acompanham. O formato da ponta não é alongado (formal) nem arredondado
 (informal).  Não é plain toe (formal) nem wing tip (informal) mas cap toe de formalidade 
intermédia, bem rematada  com uma discreta linhabrogue, novamente. A sola tem uma 
espessura média que completa  corretamente a parte superior.


O resultado final é um par muito versátil que pode ser usado com um fato durante a semana e
 uns jeans  no sábado. São simultâneamente elegantes e rudes, muito masculinos. Se vivêssemos
 num mundo  mais parco e maçador em que só pudéssemos ter um par de sapatos a minha 
escolha andaria nesse modelo.