A transferência de calor do espaço refrigerado
para o condensador, e deste para o meio ambiente exterior, é conseguido
através de um agente refrigerante que pode ser água, álcool,
amônia, dióxido de carbono, anidrido sulfuroso, éter metílico,
cloreto de metila e outros, muito embora cada um destes frigoríferos
apresentem certas desvantagens.
No ano de l.928 foi sintetizada uma substância à
base de cloro, que apresentava, além de outras características
positivas, a de não ser inflamável e de possuir um índice
de toxicidade bastante baixo. Mas só no ano de 1.931 é que foi
introduzido no mercado o diclorodifluormetano, conhecido como Freon 12, e
que deu início à grande expansão das indústrias
de refrigeração e condicionadores de ar. Os refrigerantes de
fluorcarboneto demonstraram ser absolutamente seguro, pois além das
características antes descritas, são ainda inodoros, quimicamente
estáveis, sem efeito prejudicial sobre o óleo lubrificante e
não apresentam efeitos corrosivos. Apenas a inalação
em doses concentradas ou quando queimado pela chama do maçarico, pode
apresentar efeitos tóxicos ou mesmo fatais.
Os metais, em geral são compatíveis com gases
fluorados, com excessão do alumínio com ligas de magnésio
a 2%, ou quando são decompostos pela queima, com formação
de ácidos. Quando o calor é aplicado ao cobre na presença
do ar, como no caso de soldagens, (a temperatura máxima que o F12 suporta
é 120oC: para o F22 fica em torno dos 150oC), formam-se óxido
de cobre nas superfícies internas e externas do tubo, com o perigo
de decompor o óleo incongelável (usado para lubrificação
das diversas partes móveis do compressor) e o gás refrigerante.
A água e o metanol (álcool metílico) também contribuem
para a formação de óxido de metal.
Os gases refrigerantes podem ser classificados em três
categorias, de acordo com a maneira de absorver ou dissipar calor. Há
os que resfriam pela absorção do calor latente de vaporização,
como o R12, o R22, a amônia, o bióxido de carbono, o cloreto
de metil, o anidrido sulfuroso, etc. Aqueles que resfriam absorvendo o calor
sensível, tais como, o ar e a salmoura (mistura de água e sal);
e aqueles que produzem, pela absorção, a remoção
do calor latente, como a amônia aquosa usada em geladeira que não
trabalham pelo sistema de compressão.
Os fluídos refrigerantes fluorados são designados,
quanto às características e desempenho, por números.
Assim, temos para geladeiras domésticas e condicionadores de ar (refrigeração
a compressão), os gases F12 e F22, respectivamente.
Existem cuidados especiais que devem ser tomados quanto ao
transporte e manuseio de gases refrigerantes. Estes devem ser hermeticamente
fechados em recipientes próprios, pois embora não sejam inflamáveis,
estão sujeitos a explosões causadas pela alta pressão.
Existe ainda um outro fato relacionado a transtornos causados
aos gases refrigerantes e que são conhecidos por contaminantes, os
quais são o ar, a água, o fluxo para soldas, fragmentos de metal,
anticongelantes, sujeira, solventes clorados, óxido de ferro e óxido
de cobre; deve ser cuidadosamente verificada sua presença no sistema.
É muito importante, em refrigeração,
o conhecimento do efeito refrigerante de determinado agente. Sabemos que o
gás refrigerante, quando abaixa a temperatura e a pressão, absorve
calor pela evaporação. O calor absorvido pode ser conhecido
(e este detalhe é muito importante), subtraindo-se o valor da temperatura
encontrada no gás líquido, no momento do mesmo entrar no tubo
capilar, do valor da temperatura do vapor saturado quando este deixa o evaporador.
Esta diferença de temperatura é o efeito refrigerante
procurado.
Para ser um bom refrigerante a substância (gás) deve apresentar as seguintes propriedades:
- Liquefazer-se (condensar-se) a pressões moderadas;
- Evaporar-se a pressões acima da pressão atmosférica;
- Ter pequeno volume específico (pequeno volume em relação
ao seu peso);
- Ter um elevado calor latente de vaporização;
- Ser quimicamente estável (não se alterar, mesmo com repetidas
mudanças de estado no ciclo);
- Não ser corrosivo;
- Não ser inflamável;
- Não ser tóxico;
- Permitir fácil localização de vazamento;
- Não atacar o óleo lubrificante ou provocar qualquer efeito
indesejável em outros componentes do ciclo de refrigeração;
- Não atacar os deteriorar alimentos, em caso de vazamento.
Refrigerantes mais conhecidos:
- Amônia (R-717): apesar de tóxico e sob
certas condições, inflamável e explosivo, é
largamente empregado em grandes instalações, dada a sua
capacidade térmica. Tem o maior efeito resfriador entre os principais
refrigerantes. Corrosivo para o cobre e latão – todo equipamento
de refrigeração com amônia é feito de aço.
Não é miscível ao óleo e ataca os alimentos.
Com água forma álcali, que tem efeitos indesejáveis
sobre o cobre, latão e alumínio. Seu vazamento é
facilmente localizado, usando-se espuma de sabão ou queimando-se
enxofre.
- R 11: era muito usado como dissolvente na limpeza dos
componentes de um sistema de refrigeração. Hoje tende ao
desuso e é largamente substituído pelo H 141;
- R 12: ainda tem largo emprego na refrigeração
doméstica. Não é tóxico, nem inflamável,
nem corrosivo e nem explosivo. Altamente estável. Mistura-se com
óleo lubrificante. Seu efeito refrigerante é relativamente
baixo, comparado com outros refrigerantes. Tende a ser substituído
pelo R 134 a;
- R 22: muito empregado em ar-condicionados. Requer baixo deslocamento volumétrico, o que possibilita equipamentos de tamanho reduzidos. Devido a sua tendência a altas temperaturas de descarga, sua temperatura de sucção deverá ser mantida no mínimo possível, principalmente com compressores herméticos. Os condensadores devem estar bem limpos para facilitar a circulação de ar; caso contrário sua pressão sobe rapidamente a valores prejudiciais ao compressor. Mistura-se com o óleo onde normalmente se separa no evaporador. Tem maior capacidade térmica do que o R 12, pois requer apenas 60% do deslocamento para mesma capacidade frigorífica. Também tem maior capacidade de absorver água do que o R 12, razão porque um sistema com R 22 raramente sofre problema de obstrução por congelamento da umidade. Ao mesmo tempo isso é uma desvantagem, pois a umidade residual circulará livre no sistema, oxidando as partes internas e o óleo.
Identificação dos refrigerantes
Freon, Frigen, etc.., são nomes comerciais. Os refrigerante são designados por números. Ex.: R 22, R 12, R 717 . Esses números são chamados de ASHRAE. O número ASHRAE para os refrigerantes é definido como padrão ASHRAE 34-1997, sob a “ Designação Numérica e Classificação de Segurança de Refrigerantes”. A designação numérica dos refrigerantes hidrocarbono e halocarbono é sistemática e permite determinar a composição química dos compostos a partir dos números refrigerantes
Códigos de cores de cilindro de gases refrigerantes
Foram criados padrões de cor para pintura dos cilindros de cada tipo de gás. Esses padrões são internacionais:- R 11: laranja;
- R 12: branco;
- R 22: verde claro;
- H 141: azul escuro;
- Oxigênio: verde ou preto;
- Nitrogênio: cinza;
- Acetileno: vermelho;
- Etc..