Nada mais chato que começar a trabalhar em uma empresa e descobrir
que alguns colegas de trabalho são um pouco difíceis de lidar. A
situação se complica quando o tempo passa e esses “problemas” só se
multiplicam: uns são competitivos ao extremo, outros verdadeiros “malas
sem alça” e tem até aquele fofoqueiro que precisa tomar cuidado.
E não para por aí. Saber lidar com eles é fundamental para garantir
seu be- estar, um bom ambiente corporativo e, principalmente, sua
carreira e sua imagem perante outros colegas e superiores.
O consultor e especialista em RH, Denilson Forato, ressalta que
dependendo do caso, esses ‘colegas-problema’ podem até influenciar no
seu desempenho ou, no caso dos competitivos e fofoqueiros, acabar com
sua carreira na própria empresa. Muitos não sabem a forma correta de
lidar com essas pessoas e acabam levando o problema a outro patamar: um
confronto agressivo com eles ou procurar seus superiores.
“Nenhuma dessas atitudes é desejável. Há muitas formas sutis e
acolhedoras que poderão dar a entender que aquele comportamento não está
certo na equipe. A situação se agrava quando isso chega ao chefe antes
do apontado saber, pois os papéis poderão se inverter e você sairá
mal-visto, como o dedo-duro e até infantil”, alerta.
“O que pode acontecer é trazer um
problema ainda maior para o próprio profissional e respingar em você. É
preciso ter responsabilidade, pois ele pode ser mandado embora ou ter
outras punições extremas, sendo que as vezes, uma conversa amigável pode
resolver tudo”.
Pensando nisso, fiz uma lista com os 10 tipos mais comuns
- e terríveis - de colegas de trabalho e mostra, junto aos
especialistas, a melhor maneira de lidar com cada um deles, confira:
O reclamão
Desanima qualquer um ter de aguentar alguém reclamando sobre tudo.
Não importa o que aconteça, às vezes até a chuva ou calor é motivo de
reclamação. Normalmente, esse profissional está infeliz com
sua função ou situação pessoal, mas ao mesmo tempo, tem medo de
mudanças, o que o caracteriza também inseguro.
Forato explica que a melhor maneira de lidar com esse caso é
procurar a área de Recursos Humanos da empresa, para ela dar atenção a
este profissional e, então, analisar o caso e recolocá-lo em outras
funções de seu interesse. Caso sua empresa não tenha esse serviço, não
se desespere. Às vezes, dar um toque, levar uma conversa e dizer como é
ruim conviver com alguém pessimista poderá ajudá-lo nessa situação.
“Em muitos casos, a pessoa não percebe que está exagerando nas
reclamações. Se você tiver uma relação próxima esse é o melhor caminho,
mas se não, tome cuidado, pessoas desse perfil não são muito
confiáveis”.
Folgado
Presente em muitos escritórios, estes profissionais deixam tudo para o
dia seguinte ou para a última hora, isso quando eles entregam seus
afazeres. Com esse profissional o cenário muda. É preciso conversar com
ele, mas antes, pensar o quanto a falta de compromisso afeta diretamente
e indiretamente você e sua equipe. Tente mostrar em detalhes como isso
te atrapalha no dia a dia e, se puder, mensure o desinteresse. Tudo de
uma forma bem objetiva e se estiver atrapalhando mais de uma pessoa, que
todas estejam presentes demonstrando o descontentamento.
Se mesmo assim não der certo e ele continuar com atividades pendentes
e não mostrar interesse em mudar, exponha isso ao superior. “Mas isso
em último caso, ter paciência e conversar mais de uma vez é necessário
para mostrar ao colega que essa situação se tornou insustentável, e não
apenas algo pontual”, diz o especialista.
Estressado
É difícil conversar com este profissional, qualquer opinião ou
conversa poderá explodir seus nervos e tornar o resto da jornada de
trabalho um verdadeiro caos. O problema nesse caso é a falta de abertura
em chegar no colega e expor o que lhe incomoda, pois provavelmente, ele
ficará estressado com isso.
Por trás de tanto nervosismo, a gerente afirma que essas pessoas são
naturalmente ansiosas e podem até apresentar características bipolares.
“Pode ser que esse profissional esteja com problemas, não apenas um
simples descontrole passageiro. A melhor forma de lidar com eles é ser
compreensivo, mas franco. Converse com ele, mas não fale do seu
comportamento no primeiro momento. Procure entender porque ele tem essa
reação e apenas depois exponha suas opiniões e indique soluções, como
uma terapia, Yoga e outros caminhos. Mas fale como uma sugestão e não
como imposição”.
Competitivo
Esse é o tipo que mais cresce nos escritórios, por muitas vezes, as
próprias instituições estimularem esse comportamento, com o uso de PLR
(Participação nos Lucros e Resultados) e outras iniciativas. O que você
deve fazer é tomar cuidado, se manter reservado e evitar ao máximo ter
conversas sobre suas atividades. “Ele vai querer tirar vantagem de
qualquer informação que você fornecerá. Então, se falar sobre uma ideia,
trocar informações sobre alguns projetos, ele poderá se beneficiar e
até se apropriar delas”.
Chato/Mala
Faz piadas sem graça e em má hora, é carente, fala o que não deve e
se cala quando precisa dizer algo. Enfim, faz tudo o que uma pessoa
legal e companheira não faz. É difícil de lidar com eles, principalmente
dar limite a eles. Porém, é preciso. “Esse perfil é de natureza
carente, então, ele tentará essa intimidade com todo mundo do trabalho,
ele vai te testar e se você der abertura e não dar limite,
provavelmente, você será seu alvo”, explica.
Ela também poderá levar para o pessoal e dificultará ainda mais seu
posicionamento. A especialista atenta que talvez sendo duro levará a
pessoa entender que está no caminho errado para uma boa convivência.
Fofoqueiro
Sem rodeios, todos sabem como é chato ter de conviver com um
fofoqueiro. Você terá de tomar o mesmo comportamento com o competitivo:
ser o mais discreto possível com essa pessoa e o que falará para ela.
Confiança com esses profissionais, é o último sentimento que deve
motivar sua convivência. Mas, como se não fosse o bastante espalhar
notícias de sua vida sem permissão, esse colega também pode inventar.
“Nesse caso, o melhor meio de lidar com essa situação é ser o mais
sincero possível. Isso é, se ele inventou algo de você e espalhou, reuna
os envolvidos, inclusive quem inventou, e esclareça. Mostre que ele
está errado”, analisa a gerente.
“Mr. Ideias”
Ele é uma mistura dos competitivos e chatos. Pessoas assim são
caracterizadas por sua sede de proatividade ao extremo e se destacar de
outros colegas. Trabalho em equipe passa longe de seus objetivos. Mas
você também pode fazer sua parte para se livrar deles. “Além de se
reservar com projetos e ideiais profissionais, se posicione. Se ele
interver em alguma fala sua ou impor algo para se sobressair, cabe a
você ser maduro e explicar na hora que ele não está dando abertura para
os outros falarem".
Braço Curto (T. REX)
Essa pessoa se limita a realizar seus afazeres e ao final do
expediente, mesmo que a maioria dos colegas ainda esteja realizando
tarefas arduamente, ele pega suas coisas e vai embora. Ele é o oposto do
“Mr. Ideias”, isso é, não tem proatividade. Ele também acaba
desmotivando seus colegas que se esforçam pela empresa.
“Cabe aos superiores dar uma solução, pois eles precisam estar de
olho em quem produz mais ou menos dentro da empresa. Já com o colega
dessa pessoa, ele vai analisar se isso está prejudicando seu desempenho e
se não é apenas uma ‘dor de cotovelo’. Se estiver atrapalhando, é
preciso conversar com ele e com o gestor sobre sua desmotivação”.
O “aberto”
Ele fala demais de sua vida pessoal e chega ao ponto de tocar em
questões que nem você gostaria de ouvir. Não cansado de falar da própria
vida, quer saber de sua, em detalhes sórdidos. Não é legal ficar se
esquivando o tempo todo e mudando de assunto para tentar conter tamanha
curiosidade.
A melhor forma, segundo conta a gerente, é se mostrar indiferente a
esses assuntos. Ouve uma vez ou até duas vezes, mas depois dá um toque,
faça um corte tranquilo e amigável. Explique ou use exemplos de como
pode ser ruim essa exposição exagerada, ele entenderá e não se
ressentirá de você.
Invejoso
Dentro desse perfil há dos tipos de profissionais: aqueles que você
já identifica logo no começo e aquele que demora para perceber. O
segundo pode trazer estragos ainda maiores, mas assim que identificado,
excluí-lo de suas conversas, amizades e círculos de confiança é a melhor
maneira de lidar com ele.