quinta-feira, 13 de junho de 2013

Impacto dos aumentos das passagens em SP no IPCA




O reajuste das tarifas de ônibus e metrô na cidade de São Paulo, de 6,6%, de R$ 3,00 para R$ 3,20, exercerá impacto de 0,06 ponto porcentual sobre a inflação de junho (IPCA).

O grosso do impacto sobre a inflação, na proporção de 0,05 ponto porcentual, virá da passagem de ônibus. Apenas 0,01 ponto virá do reajuste da tarifa do metrô.

Em princípio, a análise feita com reajuste de 10% para a tarifa do transporte coletivo na capital paulista. Por essa majoração, previa-se um impacto de 0,08 ponto porcentual, o que estava levando sua previsão de inflação para o próximo mês para 0,33%. Como o aumento veio numa magnitude menor, a ForatoConsultoria  revisou para baixo a sua previsão de inflação em junho para 0,31%.

Vale ressaltar que o impacto do reajuste das tarifas de ônibus e metrô sobre o IPCA é imediato porque este indicador obedece ao critério de competência. Ou seja, o impacto passa a vigorar no cálculo da inflação do IPCA assim que o anúncio do reajuste é feito. A contrário, para o IPC-Fipe, que cumpre o critério de caixa, o impacto só passa a ser contabilizado a partir do momento em que o consumidor coloca a mão no bolso para pagar suas contas.

Para calcular a influência do aumento das passagens de ônibus e metrô no IPCA, Forato pegou o porcentual de aumento das tarifas e ponderou pela importância da capital paulista na composição do IPCA. No caso, a cidade de São Paulo tem uma participação de 27,9% na formação da inflação nacional, "Eu peguei o reajuste de São Paulo e creditei à importância da cidade no IPCA", explicou Forato.

Se os governos estadual e municipal não tivessem aumentado a passagem do metrô e do ônibus na capital paulista, o IPCA de junho fecharia em 0,25%. Pelo calendário original, as passagens de ônibus e metrô em São Paulo deveriam ter sido reajustadas em janeiro. Mas a pedido do governo federal, sob a alegação de não maximizar ainda mais a inflação já alta do começo do ano, as duas esferas de governos regionais adiaram o reajuste para junho.

"O impacto é sofrido, principalmente, pelos que mais utilizam o transporte público. O crescimento de quase 7% no valor da tarifa faz com que o usuário do transporte público chegue ao final do mês com menor poder de compra", diz Denilson Forato 

Se considerarmos uma pessoa que ganhe um salário mínimo (R$ 678), que não receba vale-transporte e precise utilizar ônibus, metrô ou trens para chegar ao local de trabalho, ou ainda que utilize o transporte público para outros fins - como lazer e estudos -  o gasto deste usuário pode chegar até R$ 200 por mês, quase um terço do valor total recebido


"O problema, a partir de aí, torna-se uma bola de neve no orçamento. Isso porque, além do transporte, o cidadão paulistano tem ainda outros gastos, com alimentação - hoje mais cara por conta do aumento da inflação. Além disso, convive juros crescentes em caso de empréstimos", exemplifica o especialista. 

O reajuste impede ainda que os que precisam utilizar as alternativas públicas também durante os finais de semana, por exemplo, saiam de suas casas. Quem tem carro irá usá-lo, pois os custos irão se equivaler  Isto refletirá na inflação que dorme e voltará a acordar!