quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

45 Curiosidades sobre a Nova Classe Média



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Na última década, o perfil socioeconômico do país mudou – e muito. A principal novidade foi o fortalecimento da classe C, composta por famílias que têm uma renda mensal domiciliar total (somando todas as fontes) entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00.
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Os números indicam que ocorreu uma considerável mobilidade social nos últimos anos: entre 2004 e 2010, 32 milhões de pessoas ascenderam à categoria de classes médias (A, B e C) e 19,3 milhões saíram da pobreza.
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Não se pode dizer que o país tenha mudado da noite para o dia. A modificação resulta de múltiplos fatores, da estabilização de preços às mudanças demográficas, da educação ao mercado de trabalho.
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Os 94,9 milhões de brasileiros que compõem a nova classe média corresponde a 50,5% da população – ela é dominante do ponto de vista eleitoral e do ponto de vista econômico. Detêm 46,24% do poder de compra (dados 2009) e supera as classes A e B (44,12%) e D e E (9,65%). (Neri)
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A classe C em 1992 era composta por 34,96% da população. Em 2009 chegou a 50,5% (dados para 2010 apontam cerca de 52%).
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Os jovens da classe C, mais educados e conectados, são hoje os formadores de opinião na família e na comunidade. (Meirelles)
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Entre 2002 e 2010 os eleitores de nível universitário na classe C saltaram de 6 milhões para 9 milhões. Serão 11 milhões em 2014. Incluindo aqueles com ensino médio, eram 48 milhões no ano passado e serão 52 milhões em 2014.
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68% dos jovens da classe C estudaram mais que os pais. (Meirelles)
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A nova classe média não deseja o estilo de vida das elites e prefere produtos que valorizam a sua origem. (Meirelles)
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79% da nova classe média confiam mais nas recomendações de parentes que na propaganda da TV.
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Eleitores da classe C por região: N = 4%; NE = 22,6%; CO = 7,8%; SE = 48,2%; S= 17,4%
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Em 2009 a classe C foi responsável por 881 bilhões de reais dos gastos com consumo – a maior fatia do total de 2,2 trilhões do País. Só na área de educação, com pagamento de escola, material escolar e livros, o consumo foi de 15,7 bilhões (em 2002 esse consumo foi de 1,8 bilhão!)
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Segundo pesquisa da Fractal, a nova classe média deseja cultivar respeito próprio (99,2%), ser respeitada pelos outros (99,1%), ter segurança para viver (99,1%), desfrutar da vida (98,5%), sentir que alcançou as aspirações (98,2%).
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De acordo com a pesquisa de Jessé de Souza, o valor básico da nova classe média é a transmissão familiar da importância do trabalho duro e continuado, mesmo em condições sociais muito adversas – é a ética do trabalho. De modo geral, a nova classe média advém de família estruturada, com a incorporação de papéis familiares tradicionais.
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Até poucos anos atrás, depois de quitadas as contas do mês, essas pessoas não tinham um centavo sobrando para consumir mais do que os itens da cesta básica. Hoje, colecionam sapatos, têm acesso à tecnologia e frequentam faculdades. Tudo isso graças a mudanças profundas na economia brasileira que elevaram a renda dos brasileiros. Nos últimos sete anos, essa camada da população teve um aumento superior a 40% em sua renda familiar, que hoje vai de R$ 1,1 mil a R$ 4,5 mil. Esse aumento já injetou na economia mais R$ 100 bilhões desde 2002.
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De acordo com dados do instituto de pesquisa Data Popular, a classe C é responsável por 78% do que é comprado em supermercados, 60% das mulheres que vão a salões de beleza, 70% dos cartões de crédito no Brasil e 80% das pessoas que acessam a internet. “A nova classe média movimenta R$ 273 bilhões na internet por ano somente com seu salário, se considerarmos o crédito disponível à ela, esse montante dobra”.
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Essa nova classe social cresce cerca de 4% ao ano. Mais da metade da população brasileira se enquadra nesta nova classe média de ex-pobres que estão a cada dia que passa melhorando de vida e agora vivendo na classe média C. As pessoas que formam essa nova classe média são aquelas que antes não tinham conta em banco e só consumiam o que realmente era necessário, mas que hoje comprar o primeiro carro zero e constroem a sua casa própria. Isso está acontecendo por causa do aumento de emprego e também por causa dos reajustes nos salários que também contribuem para o crescimento dessa nova classe.
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Os emergentes são a maior novidade econômica, social e política do Brasil na última década. Essa classe crescente é a grande novidade do "Brasil bem-sucedido" dos últimos anos, mas ainda é pouco conhecida. De um lado existe muito preconceito em relação a ela, como em geral aos setores populares no Brasil. (Jessé de Souza)
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No último quarto de século, a exemplo do que ocorreu em praticamente todos os países emergentes, houve um intenso processo de mobilidade social vertical. Não só a mobilidade individual que constitui um campo tradicional de estudo dos sociólogos, mas mobilidade também estrutural, de toda uma camada, em decorrência de processos econômicos poderosos, como a abertura das economias, uma fase de vigoroso crescimento da economia mundial e, no caso brasileiro, o controle da inflação e a consequente expansão do crédito. Em vez dos integrantes da classe média tradicional, que apenas almejavam reproduzir o status dos pais, num universo mais ou menos estático, os da "nova" classe média têm a ambição de "subir na vida", viver melhor, consumir mais e, portanto, aprender e se qualificar a fim de gerar a renda consentânea com essa forma de viver. (Bolívar)
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O crescimento econômico brasileiro beneficiou tanto os setores superiores e privilegiados quanto os populares. Mas o crescimento mais dinâmico veio da "parte de baixo" da sociedade brasileira, o que mostra o efeito positivo para todos – inclusive para os setores privilegiados que ganham (e muito) com o novo quadro econômico – de políticas simples como o Bolsa Família e o microcrédito. O desafio para a transformação efetiva da "pirâmide" em "losango", onde as camadas médias, pelo menos quanto à renda, são maiores que as de baixo e as de cima, implica manter aumentos reais do salário mínimo e aprofundar a política social. (Jessé)
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A nova classe média tem maioria jovem, negra e que sofre menos de problemas de excesso de peso que as classes mais ricas, aponta levantamento do Ibope.
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Chamada de “nova classe média” a classe C passou a englobar mais da metade dos brasileiros pela primeira vez em 2011. São 32 milhões de pessoas com idade entre 12 e 64 anos, nas principais regiões metropolitanas de todo o Brasil, sendo 20% na classe C1 e 30% na classe C2. Essa migração em massa alterou o rumo da divisão historicamente desigual do bolo no Brasil e proporcionou o surgimento de um grupo com características socioculturais próprias.
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A nova classe C é predominantemente jovem, composta por expressiva fatia de afrodescendentes. Em Salvador, por exemplo, 41% das pessoas que fazem parte dessa faixa da população são negros e, em Brasília, 22%.
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A população de classe C tem menos problemas com o peso, em comparação com os mais ricos, decorrência direta de menos excessos na alimentação, somado a mais mobilidade física rotineira. Apenas 27% da classe C1 estão acima do peso, contra 31% da AB1.
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“O homem dessa categoria tende a viver menos e as mulheres exercem mais responsabilidade sobre a família, têm mais autonomia socioeconômica e, consequentemente, de consumo”, diz Dora Câmara, diretora comercial do Ibope Mídia e responsável pela pesquisa.
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Do ponto de vista econômico, a classe C está mais otimista. Em 2005, 40% declararam estar melhor do que no ano anterior. Já em 2009, este percentual subiu para 50%. Em relação às perspectivas futuras, o percentual de otimismo também aumentou: em 2005, 74% estavam otimistas com o próximo ano e, em 2009, este percentual foi a 84%.
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A pesquisa revela que 19% das pessoas de classe C planejam comprar imóvel nos próximos meses e 9,5 milhões pretendem adquirir um automóvel nos próximos 12 meses (novo ou usado).
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Entre as áreas com grande potencial de crescimento, destaque para a baixa proporção da população de classe C que fala mais de um idioma (apenas 23%) e para os investimentos em aparência e cuidados pessoais, prioritários, sobretudo, para as mulheres e os jovens (64% responderam que é muito importante manter-se jovem).
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Com emprego garantido e mais renda, os brasileiros migram dos serviços públicos de educação e saúde para redes privadas. O objetivo é conseguir um melhor atendimento, só que agora é o setor privado que não consegue dar conta da demanda e manter a qualidade.
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De acordo com Henrique Salvador, presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), a concorrência é cada vez maior entre as operadoras de convênio, que fazem planos mais baratos para atrair a classe C. A estratégia provoca uma sobrecarga nos hospitais.
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"O Brasil vive um ciclo de crescimento e uma das conquistas mais desejadas é um plano de saúde", diz Salvador. Em 2010, o número de usuários do sistema privado de saúde cresceu 9%, o dobro do crescimento médio anual desde 2000. Segundo a Anahp, hoje 24% dos brasileiros são atendidos na rede particular.
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A migração de pessoas do setor público para o privado que ocorre na área de saúde também se dá na de educação. Em 2003, 11% dos alunos matriculados nos ensinos fundamental e médio frequentavam escolas privadas. Esse porcentual está em 16% hoje e deve chegar a 20% em cinco anos.
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"Hoje, as classes C e D começam a ter acesso às escolas privadas. E quem já tem filhos na rede particular busca opções melhores", diz Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de São Paulo (Sieesp). Para o professor, o problema de falta de vagas está concentrado nas escolas que atendem a classe B.
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Os números comprovam a força da classe C. De 2002 a 2008, houve um aumento de cerca de 7% no número de domicílios de classe C – o que equivale a dizer que, em seis anos, as famílias pertencentes a esse estrato social pularam de 13 milhões para 19 milhões. No mesmo período, a massa de renda dessa mesma classe apresentou um aumento de aproximadamente 150 bilhões de reais. Está ocorrendo hoje no Brasil um momento de enorme mobilidade social”, analisou a Luciana. “Com uma redução de famílias das classes D e E, e um aumento de famílias das classes C – e B também, só que mais secundariamente”.
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O atual aumento do poder de consumo da população – causado, entre outros motivos, pela estabilidade da moeda e a consequente expansão do crédito (responsável hoje por 50% do PIB brasileiro) – vem chamando a atenção de diversos segmentos da sociedade – de estudiosos a economistas, passando pelo empresariado e dando trabalho extra para os estrategistas de marketing.
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Um dos exemplos da atualidade do tema é o livro A Classe Média Brasileira – ambições, valores e projetos de sociedade, escrito em parceria pelos cientistas políticos Amaury de Souza e Bolívar Lamounier. Ao longo das 190 páginas da obra, no entanto, o tom é mais de análise do que de comemoração. “O ponto que eu gostaria de levantar é: Seriam sustentáveis esses índices de crescimento dessa nova classe média?”, pergunta Amaury de Souza. “Existem boas razões para pensar que ela se defronta hoje com problemas bastante graves. Tanto assim que houve um receio generalizado com a crise financeira do ano passado, no sentido de que o mau momento poderia arrastar uma boa parte dessa nova classe C de volta à linha de pobreza”.
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O conceito de classe média não se resume ao nível de renda, simplesmente. Nesse sentido, seria “forçar a barra” chamar esse contingente expressivo – são 30 milhões de pessoas – de classe média, usando apenas o critério da renda. E as classes sociais se definem por outros critérios, como a sua forma de ver o mundo, sua cosmovisão, sua atitude perante a vida, suas memórias, sua história. E esses são fatores um pouco mais qualitativos, que não foram pesquisados. Essa chamada “nova classe média” é nova, mas não é média, pelo menos do jeito como conhecíamos a classe média convencional, que desenvolvia e estimulava o esforço pessoal, que tinha um mundo amplo, tinha escolaridade tradicional na família. A nova classe média parece que está se restringindo, por enquanto, a fatores ainda referentes à situação anterior. Ela tem mais renda, mas continua “espiritualmente” a mesma. Pode fazer mais o que já fazia antes. Não houve ainda uma ruptura muito pronunciada. São pessoas que fizeram um esforço pessoal gigantesco, e que valorizam as realidades mais próximas de si. (Jorge Cláudio Ribeiro)
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O mundo dessas pessoas ainda é pequeno, restrito à família, ao bairro, às suas preocupações mais imediatas. Ela pretende que a sociedade e o Estado lhe deem mais daquilo que já tem, mas não realidades, propostas e possibilidades diferentes. É religiosamente também conservadora, no sentido de que ainda mantém os laços religiosos provindos, na sua maioria, de igrejas evangélicas. Por isso mesmo são conservadoras também. Muitos são o primeiro universitário da família. Escolhem a faculdade de grife, mas que não seja muito cara, um curso não muito exigente, mas aquele que foi possível entrar.Muitos não se envolvem com o ambiente universitário, mas querem ter o diploma. Ainda não viram muita efetividade em uma escolaridade maior. Interessante é que muitos não têm ainda segurança nessa nova posição. Estão endividados, não têm perspectiva de futuro muito clara, e os laços anteriores, que são sua rede de sustentação, se mantêm. Essa rede é representada pelos hábitos, pela cultura, pela religião e pelos relacionamentos comunitários do seu bairro. (Jorge Cláudio Ribeiro)
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A nova classe C rural, cuja renda domiciliar varia de R$ 1.126 a R$ 4.854 por mês, passou a dominar o cenário ao expandir-se 72% desde 2003. O estudo "Pobreza e a Nova Classe Média no Brasil Rural", coordenado pelo pesquisador Marcelo Cortes Neri, mostra que esse estrato social somava 35,4% da população rural no ano passado – em 2003, era 20,6%. "A redução da desigualdade foi mais forte e mais rápida na área rural, sobretudo nas regiões mais pobres", diz Neri. Em 2009, o segmento tinha 9,1 milhões dos 25,7 milhões de habitantes rurais.
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Moradia de 15% da população brasileira, a zona rural do país viveu uma forte redução na pobreza, cujo índice global recuou de 51,5% para 31,9% dos residentes. "Houve uma visível elevação da renda rural, algo que antes só ocorria na área urbana. Há mobilidade social mais dinâmica no meio rural, o que melhorou a vida das pessoas", diz o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
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Nos estratos menos favorecidos, a redução da pobreza ocorreu sobretudo com a forte elevação das transferências de renda do Estado. Houve um acréscimo de 79% nessa fonte de renda na zona rural desde 2003, segundo o estudo da FGV – no Brasil, a elevação chegou a 37,6%. A aposentadoria rural cresceu 65%, ante 34% no total nacional. E os programas sociais avançaram 221% no período, revela Marcelo Neri.
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O governo considera relevante a mudança de padrão na redução da desigualdade da área rural. "O rural era mais atrasado que o urbano, não seguia a mesma tendência", analisa o ministro Cassel. "O mais importante foi a ascensão das classes D e E para uma classe C forte, mais homogênea", afirma. O movimento de ascensão social no campo deve continuar no futuro próximo. O pesquisador Marcelo Neri aponta que a zona rural está cumprindo a chamada "Meta do Milênio", um conjunto de oito compromissos de avanço social. Na redução da extrema pobreza, cuja meta prevê reduzir pela metade essa condição até 2015, o Brasil já atingiu 43% do objetivo nesses últimos seis anos. "Estamos muito mais rápidos no rural. E temos mais espaço para avançar justamente nessas áreas mais pobres", diz Neri. A classe D, por exemplo, soma 30,2% da população rural e 23,6% dos habitantes urbanos. "Temos 7,8 milhões de brasileiros do campo que podem virar classe média em breve".
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A nova classe média brasileira é formada por pessoas mais jovens, com um nível de escolaridade maior (e dispostas a aumentá-lo), mais exigente na hora de consumir e decidir onde investir o seu dinheiro e inserida no mercado de trabalho formal.
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A forte mobilidade social no Brasil está provocando mudanças profundas no perfil dos jovens trabalhadores da classe C. Com nível de escolaridade superior ao dos pais, eles ingressam no mercado desempenhando funções menos tradicionais e que pagam salários melhores, conforme estudo elaborado pelo Instituto Data Popular. A pesquisa comprova que cada ano de estudo até o ensino superior significa 15% a mais de rendimentos. O sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, ressaltou que, pela pesquisa, apenas 26% da atual geração de pais pertencentes à classe C concluíram o ensino fundamental, contra 65% dos filhos.
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Na maioria das famílias de classe média brasileira, os pais ainda são mecânicos, pedreiros, empregadas domésticas, cozinheiras. Os filhos, vendedores de lojas, operadores de telemarketing, recepcionistas. De modo geral, nessas famílias quem comanda tem uma escolaridade baixa. Porém, seus filhos já estão seguindo outro rumo. Segundo um levantamento da consultoria Data Popular, 68% dos jovens da Classe C estudaram mais que seus pais. Nas classes A e B esse percentual não passa de 10%. Os dados revelam a importância que o estudo tem hoje na vida dos futuros chefes de família da classe que mais cresce no País. Hoje, o sonho de muitos desses jovens não é apenas o carro zero e o celular de última geração, o diploma de Ensino Superior e o MBA tornaram-se mais importantes do que qualquer outro produto disponível no mercado.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

As expectativas da classe C para o consumo.





  • Consumidores aproveitam descontos do Magazine Luiza no início deste mês
    Consumidores aproveitam descontos do Magazine Luiza .
O que não falta no cenário econômico brasileiro são novos consumidores. Segundo estimativas oficiais mais de cem milhões de novos consumidores começaram a participar do mercado interno nos últimos dez anos. Sendo que uma parte deles, cerca de 40 milhões de bolsos, conseguiu o status de “nova classe média”, em função da agressiva sede com que se dirigem às lojas e ao crediário.
Portanto, não nos faltam clientes a quem atender e focar nosso negócio. E, mesmo assim, ainda encontramos empreendedores apreensivos – e muitos mesmo sendo obrigados a recuar de seus sonhos – porque não conseguem entrar em sintonia com esse novo mercado.
As razões são várias. Talvez uma delas é se criar empresas à moda antiga, ou seja, com estratégias que funcionavam há 20 anos e que são obsoletas hoje. Empresas focadas nos produtos e/ou serviços e que se esforçam para empurrar goela abaixo do consumidor o que decidiram produzir, sem discussão e ajustes.
Talvez (um talvez é sempre melhor que uma certeza) fosse hora de retomarmos algumas lições que nos foram repassadas quase que de graça por sábios da administração moderna, como Peter Drucker.
Eis uma  citação de Peter Drucker que pode nos ajudar, enquanto empreendedores, a refletir sobre a condução de nosso negócio:
“Para conhecermos a essência de um empreendimento temos que começar por entender seus conceitos básicos. Há apenas uma única definição válida para os conceitos básicos de um negócio: criar consumidores. Porque se o objetivo for criar consumidores, o empreendimento tem duas – e somente essas duas – funções básicas: marketing e inovação. Marketing e inovação produzem resultados; todo o resto são custos.”

Reforçar a autoestima

Claro que você não precisa acreditar piamente na sabedoria acumulada por décadas de reflexão, mas seria interessante que pensássemos juntos em como criar consumidores.
Certamente não é plantando consumidores e esperando que seus bolsos engordem e aproveitemos das safras a nosso favor. Aqui no Brasil criar consumidor é entender que eles (e elas) querem ter sua autoestima valorizada.
É perceber que são homens e mulheres, jovens e idosos, que chegam às lojas e acessam os serviços na busca da confirmação psicológica de suas novíssimas existências sociais e econômicas.
Criar consumidores nesse contexto é nos esforçar para entender como seus corações e mentes comandam seus bolsos. Porque temos a sorte de viver um momento histórico no qual os consumidores pipocam de todos os lados, mas não podemos esquecer que se deslocam das periferias, das favelas e cortiços.
Eles estão ávidos por um tratamento diferenciado que nem eles (e elas) têm condições de definir com clareza. Mas que respeite suas heranças culturais, seus hábitos, seus sotaques e seu jeito de se vestir, o que é uma tarefa ao alcance do empreendedor que vem de baixo da pirâmide social e se ainda tiver memória das vivências sociais e culturais com esse povo.
Mas também é uma situação que gera oportunidades para o empresário mais refinado que perceba que é hora de quebrar as barreiras preconceituosas que influenciaram a condução dos negócios no Brasil ao longo dos últimos quatro séculos.

Efeito vizinhança


Você pode oferecer o produto mais barato que a concorrência e ainda assim não criar novos consumidores. Porque o que esse "povão" quer é ver na sua mercadoria e nos seus serviços algo que se ajuste às suas expectativas de serem social e culturalmente percebidos. Não dentro da loja mas na sua vizinhança.
Portanto, um ar condicionado Split Inverter com todas as tecnologias,  tem muito mais chance de ser comprada (com muito mais sacrifício e endividamento) porque ela, ao ser transposta para o ambiente de vivencia social do seu consumidor, o colocará num novo nível junto aos seus vizinhos e parentes.
O Ar Condicionado nas Salas e Quartos, o confirmará bem-sucedido no emprego ou no empreendimento que toca por conta própria. E o ajudará, sem mais discursos de autoafirmação, a provar para ele (ou ela) o acerto de todo o sacrifício de anos dedicados a um emprego ou ao barzinho que abriu na esquina.
Se você conseguir valorizar seus clientes nos seus respectivos ambientes, terá dado um grande passo para criar novos consumidores. Mas vai precisar, como Peter Drucker alerta, de umas excelentes pinceladas de marketing e de inovação.
Uma das experiências que acompanhamos de perto, na interação com consumidores populares, é o visual da embalagem. Sair às compras e voltar para casa com sacolas plásticas despersonalizadas cria, na família e na vizinhança, uma decepção. Um sentimento que seria rapidamente revertido com belas sacolas dessas que as lojas de shoppings oferecem regularmente para suas consumidoras.
Quando a entrega de um Ar Condicionado  é feita através de caminhões personalizados com a marca da loja se cria um frisson na vizinhança. E o consumidor que aguarda a mercadoria, preocupado por não ter lá muita certeza se conseguirá pagar as prestações, se sente honrado com o impacto criado na sua família (geralmente ampliada) e nos seus vizinhos.

Relacionamento pós-venda

Mas esse tratamento (que pode ser atribuído a uma iniciativa criativa de marketing) tem seus limites. No pós uso e convivência com os produtos adquiridos a normalidade se impõe, e diante do primeiro defeito ou mudança das condições dos serviços, toda a necessidade de o cliente se sentir como uma pessoa especial volta à tona.
Nestas horas um telemarketing que humilha o cidadão com esperas prolongadas, com desinformação e com descaso compromete toda a euforia da compra, do sacrifício de ainda estar se gastando dinheiro com aquele serviço ou honrando aquelas prestações.
Nestes eventos de frustração do cliente, que não se sente mais um consumidor respeitado, se iniciam os processos de inadimplência, que se transformam em punição em vez de uma real falta de recursos para honrar os compromissos.
Então vai o recado: Trate bem o cliente da Classe  C ou D, e receba suas contas e prestações em dia!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

SÃO PAULO 36ª ECONOMIA DO MUNDO


 A cidade de São Paulo seria a economia número 36, caso fosse um país, com um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 450 bilhões, conforme dados do IBGE de 2010 – ficando assim, a frente de nações como Portugal, Finlândia e Hong Kong (lembrando que na conversão feita em 2010, o câmbio era de R$ 1,76/dólar).
A FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) elaborou o estudo comparando as diversas economias com a paulistana, em comemoração aos 459 anos da capital São Paulo. Segundo o estudo, diferentemente de grande parte das cidades e regiões brasileiras que concentram suas atividades econômicas em setores como petróleo, comércio exterior, mineração, agrícola, entre outros, São Paulo agrega as mais diversas atividades econômicas, o que reduz os riscos para a cidade em casos de turbulências financeiras.
Internamente, o PIB paulistano representa 12% de todo o Brasil. Entre as regiões, a economia paulistana representa 21% do PIB da região Sudeste, 65% da Sul e 87% da Nordeste. O PIB de São Paulo é ainda 27% maior do que o PIB do Centro-Oeste e quase duas vezes e meia o da região Norte.
Só a cidade de São Paulo representa 70% da economia da Argentina (Getty Images)
                           Só a cidade de São Paulo representa 70% da economia da Argentina (Getty Images)
Em comparação com economias do continente latino americano, São Paulo também tem bons resultados: 70% da economia Argentina, 85% da Venezuela e 90% da Colômbia.
Comparação com os EUA
O PIB da cidade de São Paulo também foi comparado com o dos 50 estados americanos, mais a capital Washington. Se a cidade de São Paulo fosse um estado norte-americano, estaria a frente de 31 desses estados. Na comparação com o ano de 2009, houve um ganho de cinco posições da economia paulistana nesta base comparativa. A explicação está no processo de crescimento econômico mais acentuado em 2010: Brasil (7,5%) e Estados Unidos (2,9%).

Fonte: Infomoney

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Cuidado Brasil!




O desemprego que vem se acentuando na Europa e em todo o mundo é proveniente de vários fatores, dentre eles o acelerado processo de globalização. Esse processo está extremamente ligado às novas tecnologias, as empresas nativas da Europa inseriram em seu sistema produtivo a informática e a robótica, para acompanhar seus concorrentes dispersos pelo mundo, para ter condições de competir nesse mercado cada vez mais globalizado, e também poder produzir com custos mais baixos e automaticamente acumular mais capitais. 

A perda de postos de trabalho proveniente da entrada de novas tecnologias nos meios de produção é denominado de desemprego estrutural, e nesse caso é a principal causa desse processo na Europa. 

Outro motivo não menos importante que o anterior é a migração de empresas para outros países ou continentes (China, India e outros), dessa forma, a produção é desenvolvida nas filiais e na Europa permanecem somente as sedes que direcionam os rumos do empreendimento. Isso significa que ao migrar, buscando benefícios (isenção de impostos, mão-de-obra com baixo custo, leis ambientais frágeis, matéria-prima, entre muitas outras), as empresas deixam de gerar emprego para os europeus, agravando o fenômeno do desemprego. 

Já que o capitalismo busca o lucro constantemente, as empresas querem atender somente os seus interesses não se preocupando com a classe de proletários, porém, o crescimento desse fator pode gerar um colapso, pois sem condições de gerar receita as pessoas vão ficando marginalizadas, desencadeando uma série de contratempos de ordem política, social, civil entre outros.

Brasil...coloque a barba de molho...cuidemos de nossos empregos...pois aqui não será diferente não, pois somos em maioria um bando de semi-analfabetos que se preocupam somente com futebol, cerveja, bunda, novela, BBB e carnaval.
Em fevereiro de 2013, entram em vigor novas regras para motoboy

Contran - A partir do dia 2 de fevereiro, os mototaxistas ou motofretistas, para exercer a profissão, precisarão passar por um curso obrigatório de pilotagem segura oferecido pelo Sest/Senat - Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte, onde serão ministradas aulas sobre segurança, ética, disciplina, legislação de trânsito e vários outros temas. Na data, entra em vigor a legislação que regulamenta a profissão de motoboys que exige equipamentos de segurança e estipula novas regras, como idade mínima de 21 anos, carteira de habilitação na categoria "A" com validade de, pelo menos, dois anos, e atestado de antecedentes criminais. Os motoristas com mais de 21 pontos na Carteira Nacional de Habilitação - CNH não poderão mais atuar.

"A medida foi adotada pelo Conselho Nacional de Trânsito para regulamentar a profissão e é válida para todo o País". "Quem não se adequar as novas determinações da Resolução nº 356 do Conselho Nacional de Trânsito - Contran - terá que arcar com multa mínima no valor de R$ 191,54". Segundo a advogada, não são só os motoboys que terão que passar por adequações: "as motocicletas deverão conter protetor de motor "mata-cachorro", aparador de linha antena "corta-pipa" e dispositivo para transporte de carga. É importante enfatizar ainda que os motoboys terão que submeter seus veículos à vistorias semestrais estabelecendo, dessa forma, os requisitos mínimos de segurança tanto para mototáxi, quanto para motofrete".

O artigo 139-A do Código Brasileiro de Trânsito estipula que as motocicletas destinadas ao transporte remunerado de mercadorias só podem circular com autorização emitida pelo Detran. Com a regulamentação das profissões de motoboy e mototaxista, prevista na Lei nº 12.009/2009, a partir da vigência da Resolução do Contran, serão vedados os motofretes para transporte de combustíveis, produtos tóxicos ou inflamáveis, com exceção do gás de cozinha e de galões de água mineral. "Nesses casos, a motocicleta deverá conter o `sidecarÂ’, um dispositivo anexado a moto, especial para esse tipo de transporte. Quando em serviço, o motoboy deverá estar vestido com colete e capacete retrorefletivos, aprovados pelo Contran".

A norma também disciplina que a pessoa ou empresa que contratar os serviços de um motoboy será responsável por danos cíveis oriundos do descumprimento das normas relativas ao exercício da atividade. "Há alguns anos, a profissão de motoboy não existia na lei. Com certeza, essas determinações trarão mais segurança para os motoboys de todo o Brasil".

 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Volume de importação de Ar Condicionado preocupa.


Autor(es): Por Rosangela Capozoli | Para o Valor, de São Paulo
Valor Econômico - 18/12/2012

Em meio a tanto calor, a indústria de equipamentos para climatização é um dos setores que mais comemoram bons negócios. Com salários melhores e parcelamento de pagamento, os consumidores substituem o ventilador por aparelhos de ar-condicionado. De outro lado, as empresas instalam sistemas mais sofisticados para garantir a segurança de seus equipamentos, a qualidade dos produtos e a saúde de seus funcionários.

Aliado a esses fatores, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziu a alíquota de Imposto de Importação do Mercosul, em 1º de setembro, para aparelhos de ar-condicionados e unidades condensadoras, de 35% e 25%, para 18%, respectivamente, tornando-os ainda mais desejáveis. Em alguns casos, os importados chegam a custar entre 40% e 50% mais barato que um similar nacional. O resultado é o esperado: aumento das vendas e incremento das importações.

"O crescimento das vendas de ar-condicionado se deu primeiramente devido ao preço e oferta de equipamentos, além do crédito facilitado, permitindo às famílias de classes C, D e até E adquirir o aparelho. De modo geral, o mercado de equipamentos climatizados teve um aumento real de 4% neste ano em relação ao ano anterior", diz Denilson Forato, coordenador do departamento de economia e estatística da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava).

Em 2011, a receita atingiu cerca de R$ 24 bilhões. A previsão para 2013 é positiva. "Os grandes projetos dependem de grandes obras e a área de construção civil projeta crescimento de 4% no próximo ano. Diante dessa estimativa, nossa avaliação para o próximo ano é de acréscimo de 6% para o setor de ar-condicionado", afirma.

Obras de infraestrutura direcionadas para a Copa 2014 e para a Olimpíada de 2016, mais a demanda esperada em torno de alguns projetos de energia e exploração da camada do pré-sal são outros fatores que estimularão as áreas de ar-condicionado e refrigeração em geral. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 11% das famílias brasileiras têm sistema de climatização em seus lares. Dados do Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar no Estado de São Paulo (Sindratar) apontam que em 2011 o Brasil comercializou 3,668 milhões de unidades de aparelhos de ar condicionado do modelo split, dos quais 54% foram importados basicamente da China.

"A diferença de preço varia entre 30% e 40% por conta dos programas de incentivo às importações sobre Estados como Santa Catarina e Espírito Santo", diz José Rogelio Medela, presidente do Sindratar. Segundo ele, de janeiro e setembro deste ano, o total comercializado atinge 1,8 milhão de unidades, das quais 35% importadas. Medela atribui a retração ao pedido de proteção que vem sendo feito pelos fabricantes nos dois últimos anos, acrescentando que o governo federal tentou proteger os produtores Nacionais ao aumentar o Imposto de Importação no ano passado, mas não foi o suficiente para "barrar" os chineses.

"É preciso proteger a indústria nacional contra ações predatórias", diz Benjamim Sicsú, vice-presidente de novos negócios da Samsung. A empresa, no entanto, importa equipamentos do mercado chinês. "A Samsung importa equipamentos do tipo MultiSplit, que representam um volume baixo de venda em relação ao mercado total. Os produtos vem das plantas na China e representam muito pouco do nosso volume de vendas, porém tem havido crescimento", afirma Alvaro Ruoso, gerente de produto de condicionadores de ar da Samsung. Ele, no entanto, prefere não quantificar o volume.

As empresas são clientes de peso na composição das carteiras dos fabricantes de equipamentos para climatização. A atuação dos órgãos fiscalizadores, tanto do Ministério do Trabalho quanto da Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa), tem sido fator importante na alavancagem das vendas, afirma Marcus Vinicius Ciocci, engenheiro da ADD Electronics.

"Além do calor característico do Brasil, temos agora uma situação mais saudável das indústrias. A preocupação com condicionamento térmico - tanto para os produtos como para o conforto dos funcionários - sempre existiu, mas que sempre esteve atrelada ao caixa das empresas", afirma Ciocci. "Hoje, elas estão destinando uma parte dos seus resultados à área de climatização. Outro fator é a presença maior dos órgãos reguladores tanto na área de perecíveis como no tempo de estocagem dos produtos dentro das empresas."

Há 12 anos no mercado, a ADD, fabricante de micro pulverizadores - usados no resfriamento de telhados -, deverá encerrar o ano com um crescimento no volume de negócios de 10% em relação a 2011. "Para o próximo ano, mantemos a perspectiva de crescimento, apesar de dúvidas sobre a economia brasileira", diz. A empresa tem como clientes indústrias com grandes áreas de armazenamento e centros de distribuição com telhados que variam entre 500 e 100 mil metros quadrados. A tecnologia de resfriamento evaporativo é uma solução corretiva da carga térmica. "Não permitimos que o calor entre pelo telhado. O equipamento reduz de 60 graus para 30 graus a temperatura e internamente há uma queda de temperatura em torno de 6%."