segunda-feira, 11 de março de 2013

O Motoboy de outro mundo!



Eu estava parado na av Luiz com a Ipriranga. Como sempre, tinha mais carro do que rua, então não adiantava fazer nada, exceto entregar a alma a Deus e ouvir música para esquecer o trânsito. Diz o ditado que quem canta, seus males espanta. Eu não canto, mas adoro ouvir música. O resultado é o mesmo. A música me acalma, me da força e paciência para aguentar o martírio das ruas, até chegar seja lá aonde for, porque é lá que, por uma razão ou outra, eu tenho que ir.

Pode mais quem chora menos.  Nas ruas de São Paulo não tem valente. De uma forma toda pessoal, cada um é o retrato da sua ameba. Ninguém ouviu falar de ameba morta a tiro. Então, antes ser ameba do que defunto baleado por 10 metros de asfalto.

O pedaço tem a particularidade das faixas da rua serem estreitas. Cabem três carros, lado a lado. O resultado é que pelo espaço entre os carros, sem muito cuidado, não passa motocicleta. Mas nem todo motoqueiro acredita nisso. O resultado é que passou um, bom de direção, mas o segundo não era tão bom. E o resultado é que ele bateu com o guidão no espelho retrovisor do meu carro, fazendo a peça dobrar pra frente, protegida pela mola que lhe dá movimento.

Minha primeira reação foi aplaudir. Como não adianta brigar, nem abrir o vidro para xingar, bati palmas para o motoqueiro que não se deu ao trabalho de olhar pra trás, quanto mais de pedir desculpas.

Pra quem acha que todo motoqueiro é igual e que não adianta imaginar que vão mudar, o motoboy que vinha logo atrás parou a moto do lado do meu carro e, pasmem!, delicadamente colocou o espelho no lugar.

Abri o vidro, sorri e agradeci. Ele sorriu, balançou a cabeça e foi embora.
Ganhei o dia e mudei de opinião!