segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Chega de choro e rema!




O país atravessa a maior crise de sua história que traz como consequência um rastro de destruição, desanimo, descredito e perplexidade com tudo que lemos, ouvimos e assistimos todos os dias. Para muitos, estamos atravessando um deserto para chegarmos a um lugar melhor. Para outros, nada do que está acontecendo irá mudar a nossa realidade.
Diante deste cenário, nossas empresas entram em compasso de espera receosas de realizar investimentos por não saberem ou não enxergarem com clareza o que há depois do túnel. Com isso já superamos a marca de 14.000.000 de desempregados e um incontável fechamento de empresas pelo país afora.
Mas, o que fazer? Aguardar que esta onda passe ou ignorá-la e continuar nossa caminhada? O que nos fará correr menos perigo?
Como consultores, atuamos em empresas de vários segmentos e portes no país. E encontramos diversas empresas que hoje apenas vegetam à espera do fim. São empresas que não possuem caixa, lutam diariamente para pagar suas obrigações, acumulam passivos (alugueis, impostos, fornecedores, etc), dependem diretamente de bancos e outros credores para sobreviverem, fazem das promoções um hábito na esperança de aumentar sua receita, culpam o governo pela queda nas vendas, e afirmam que os clientes simplesmente sumiram.
Mas, estas mesmas empresas:
  • Não sabem quanto gastam,
  • Não gerenciam seus custos,
  • Não sabem a origem de suas receitas,
  • Não possuem um planejamento financeiro,
  • Não sabem o que é ponto de equilíbrio,
  • Não sabem formatar preços,
  • Não utilizam ferramentas de gestão financeira adequadas,
  • Não controlam seu estoque,
  • Continuam comprando como se nada tivesse acontecido,
  • Não incentivam seus funcionários,
  • Não participam de eventos ligados ao seu setor,
  • Não se aprimoram, não inovam,
  • Não procuram ajuda profissional e ainda acham que em um estalar de dedos tudo vai mudar.
Muitos são ótimos vendedores, mas não sabem administrar uma empresa. E deixam que a sorte os conduza a algum lugar que geralmente é o desespero e o fechamento da organização.
Considerando que esta não será a última nem a pior crise porque passamos, estas empresas precisam mudar sua postura diante de uma nova era econômica sob o risco de desaparecerem do mercado. Crise nada mais é do que uma peneira que periodicamente o mercado nos impõe para filtrar aqueles que possuem estrutura e qualidade e aqueles que fazem da vida empresarial uma aventura.

O cliente mudou!

Ele é mais seletivo, sabe o que quer e quanto está disposto a pagar, quer novidade, comodidade, conforto, agilidade, atendimento excelente e não apenas promoção. Mas, poucos perceberam isso. Preferem pensar que o dinheiro sumiu. O dinheiro não sumiu, mas apenas está sendo direcionado para o que gera valor e atende as reais necessidades de quem o possui.
Portanto, 50% dos problemas que algumas empresas atravessam neste momento podem ser atribuídos a terceiros mas, os outros 50%, são por problemas que elas mesmos criaram e que não querem ou não sabem como mudar.
É preciso que tenhamos a consciência de que não devemos esperar que os outros tomem decisões que só cabem a nós tomar.
Devemos sim cobrar e exigir um país melhor para todos, mas isso não significa abrir mão de nossas responsabilidades básicas como empresários.
Não se esqueça de que somos responsáveis não apenas pela pessoa jurídica, mas também pelas famílias de nossos funcionários que ajudamos a manter mensalmente. Nunca pensou nisso? É uma realidade que você precisa entender.
Ser empresário não é apenas cuidar de nosso ego, mas ser responsável por aqueles que tentam nos ajudar a crescer e quando não fazemos o que deve ser feito, quando deixamos que os problemas se acumulem, quando fingimos que está tudo bem, colocamos em risco não só a nossa empresa, mas a vida de famílias que acreditaram em nós para garantir o seu sustento.
Portanto, chega de mi-mi-mi e rema! Faça a sua parte, procure ajuda profissional, não acredite em milagres, estude, ouça seus clientes e funcionários, negocie, controle, gerencie com eficácia, faça de seus funcionários parceiros de trabalho e jamais deixe que os seus problemas os contamine e desanime, pois sem eles o desastre é certo.
Denilson Forato-Consultor Organizacional e Perito Judicial