terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ter Emprego? Ter modo de vida?Ter propósito? Qual a sua?

Diferente da geração chamada geração X (onde eu me incluo) que consiste nos nascidos entre os anos 60 até o início dos anos 70, onde o grande status era ter uma formação acadêmica, hoje se repensa quais são as prioridades em um plano de carreira. Estabilidade ou amor pelo que se faz?


Impulsionados por uma voz que sugere diária e inconscientemente  — “sejam criativos!” —  permanecemos em busca de algo que nos dê satisfação e não apenas salários com base em comparativos de mercado. Hoje grande parte da sociedade dedica-se a atividades paralelas ao emprego, e isso é uma abertura para a economia criativa.

A graduação não é o bastante, especialização ajuda, mas não garante, idiomas já são um bom começo… Ainda assim parecemos cercados por um sentimento que cobra o nosso voto ao questionar: importa mais o seu preço ou seu valor?

Ter um plano de carreira equiparou-se com ter um projeto de vida, e cá entre nós, nada mais natural se pensarmos que ambos se fundem de modo que a carreira define o comportamento social de uma pessoa. Se essa é a regalia ou a praga da Geração Y, não sei.

Apenas uma profissão não supre mais nosso bem-estar. Aquela ideia já manifestada de “tenha um trabalho fixo, mas porque não criar também um projeto seu?” — tem como resultado muito por ai que  já encabeça um projeto próprio.

O boom de empreendedorismo dos dias atuais e o surgimento de novas profissões é consequência dessa nova geração que, por meio de sua maneira de encarar o trabalho, já começa a influenciar as gerações futuras e criar um cenário inédito no mercado mundial.

É mais seguro, financeiramente falando, ser objeto de uma profissão que te distingue por um nome qualquer da Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho — aquela lista de A a Z com funções do tipo: “modelo de modas” — Mas quantos hoje batem no peito orgulhosos desses títulos no seu dia a dia? O fato é: pessoas não são cargos, pessoas são mais que uma idade, um salário ou um sobrenome… E é esse tipo de consciência que não se sente preenchida no século XXI.

Período em que a busca pelo novo torna possível a seleção de uma modelo com síndrome de down para a campanha de uma marca australiana e o nascimento de um “site humano”, a loja online de consumo colaborativo, já bem conhecida: Enjoei — que, pra quem gosta, o continue curioso fez uma matéria mostrando o ambiente de trabalho...

A geração do meio-termo entre analógico e digital entende que conhecimentos se ampliam através de parcerias,  — Coletividad aqui pra provar :) —  que a consciência precisa estar motivada, que os salários muitas vezes não acompanham as necessidades do trabalhador, e que mesmo assim, precisamos ser inventivos conforme fomos ensinados por anos de estudos a fio. Até o dia que por algum motivo caímos naquele tipo de vaga “operacional”, que não é suficiente pra fazer o criativo vestir a camisa da empresa, afinal pra ele gerenciamentos nos moldes do taylorismo ou do fordismo não fazem sentido como propósito de vida… Novo zeitgeist.




O local de trabalho não se resume mais a um escritório com regras claras, funções específicas para cada indivíduo tornaram se funções múltiplas de interesse coletivo e sucesso não é mais sinônimo de estabilidade. Diplomas não garantem colocações, vidas profissionais e pessoais começaram a se unir no happy-hour e o tempo de crescimento profissional varia, tendo em comum apenas a desejo de VIVER o percurso até concluir o ideal.

Certa vez li que cerca de 85% do que aprendemos acontece no trabalho, o que é natural já que é onde passamos a maior parte do dia, e agora ter tesão pelo que se faz significa ter sucesso. Com o advento da economia criativa, o boom do empreendedorismo, o reconhecimento de novas carreiras criativas e a valorização do cenário coletivo, percebeu-se que o mundo já entendeu que existe um novo tipo de profissional inserido no mercado, mas a dificuldade de emplacar esses novos tipos de carreira faz parte de um problema universal e toda dificuldade projeta a procura por uma solução…