sexta-feira, 8 de junho de 2012

MANIFESTO MAÇÔNICO


MANIFESTO MAÇÔNICO

Em 1717, os mestres maçons resolveram criar um pacto para que a Ordem subsistisse através do tempo. Assim, as maiores guildas de pedreiros livres se uniram, criando a Maçonaria una e mundial. O que estamos dizendo, é que a grandeza da Maçonaria de hoje se deve ao fato de que foi necessário que cada maçom e que cada guilda abrisse mão de uma fração de si para construção de uma Ordem universal e poderosa.
A Ordem permanece a mesma, embora eu já não tenha certeza se os maçons têm o mesmo espírito e comprometimento, apesar de bons contribuintes, da qualidade de suas Lojas e dos rigorosos processos de escolha dos candidatos. Explico a martelada.
Temos um vácuo operacional gerado pelo abandono e torpor de não estamos inseridos nos problemas da Loja e da filosofia maçônica. Nossa preocupação parece estar mais ligada a fazer festas, banquetes e eventos filantrópicos (que também terminam em festas). Estamos nos afastando do cenário político e decisório da Loja. Por quê? Porque nos tornamos míopes; não enxergamos nada além do conteúdo dos rituais maçônicos e das efemérides mensais.
Nesse cenário o maçom se torna mais uma figura alegórica e simbólica da Loja, ficando cego, surdo e mudo ante ao que ocorre ao nosso redor e sem apresentar ou discutir propostas em cada sessão. Isso é abrir mão de nossa liberdade de consciência. É nos tornarmos escravos do vício da preguiça, do descaso e do descomprometimento para com o bem estar da humanidade. 
O resultado dessa inoperância e dessa omissão é o empobrecimento da Loja. E observem que Loja rica não é aquela que tem quantidade de obreiros, mas aquela que tem qualidade nos obreiros.
Berrar não vai extirpar o mal. É preciso ação com direção. Esqueçamos as propostas ingênuas e inócuas. Não há mais tempo para romantismo ou alienação. Temos que criar um eixo de gravidade em torno da Loja, reformular o discurso e levar todos ao comprometimento. Fazer a diferença e sair da indiferença.
Aprendizes, Companheiros e Mestres, vamos sair da caverna e da platéia para nos tornar atores, mesmo correndo o risco do insucesso e do fracasso. Para isso, é necessário identificar-se com a Loja e com seus objetivos; criar vínculo de afetividade e lealdade. Temos que sentir orgulho de estar na Maçonaria. Talvez isso não lhe traga recompensa material; e nem se faz necessário, senão criaríamos uma pedagogia da troca e isso é inconcebível para maçons que se dizem lutar contra as paixões e vaidades profanas (talvez isso ainda seja utopia numa grande maioria de nós mesmos).
Também não se pede comprometimento pela imposição de normas, senão nos tornaríamos uma Ordem autoritária e que não respeitaria a liberdade do ser humano. Temos que estar comprometidos por uma questão de internalização de comportamentos sadios e virtuosos. Lembrem-se: ao se fazer omelete com bacon, a galinha contribui, mas o porco é que se compromete mesmo. O comprometimento maçônico não admite atalhos. Requer ação e dedicação.
Não estamos pedindo que o Ir:. abandone sua vida profana. Longe disso!  Rogamos uma busca do equilíbrio entre a Loja e os compromissos agendados em outros horizontes.
Por fim, caso não se queira assumir compromisso com a Loja então siga estes conselhos: não frequente a loja, mas reclame de tudo quando comparecer à reunião. Importante: apresente desculpas quando lhe derem alguma tarefa, porém critique o trabalho daqueles que estão se esforçando para fazer a Loja crescer, e diga ainda que eles formam uma “panelinha” para mandar. Caso dê idéias e elas forem aceitas, falte no dia da execução. Assim, quando a Loja estiver abatendo colunas, então diga bem alto nos salões de banquete: Eu não disse!
                                       CRITIQUE, SUGIRA: