sexta-feira, 21 de março de 2014

Sustentabilidade e Filosofia.


Recentemente li um livro com título: “Com todo vapor ao colapso” autor: Robert Kurz, filósofo alemão, um livro escrito em 2004. Um livro assustador e que nos faz pensar melhor sobre qual futuro desejamos. Segue um breve epílogo:
“O autor discorre sobre a tese que nossa sociedade caminha para um abismo, uma catástrofe seja ela cultural, social ou ambiental. Estamos vivendo na era do imediatismo do supérfluo do egocentrismo e do fim em si mesmo, o autor relata que várias são as tendências que nos levam a pensar dessa forma, um bom exemplo foi a bancarrota de bancos e instituições em meados 2007 e 2008, veja o documentário (inside job), crise essa que teve seu epicentro nos EUA e talvez entenderá melhor a bolha imobiliária que teve consequências no mundo todo.”
Acredito que todo Gestor de Empresas  deveria ler essa obra, pois nos faz refletir o quão importante uma gestão voltada a uma responsabilidade socioambiental. O quanto estamos perdendo a oportunidade de deixar um futuro melhor aos nossos filhos e netos. É nítido que o desejo de consumir do homem é infinito, enquanto os recursos são finitos, sendo assim a maneira como vivemos hoje não se sustentará por muito tempo e se começarmos a levar o estilo de vida de países ricos, precisaremos de 5 planetas para suprir nossa demanda nas próximas décadas. Sabemos que tal pensamento é complexo de implementar, haja vista, o advento de um capitalismo selvagem financiado pela mídia do consumo. Mas não foi sempre assim, o homo sapiens baseava seu consumo no sustento e nas necessidades, com a disseminação da tecnologia e após a revolução industrial o homem muda seu comportamento para um consumo voltado não apenas as necessidades, mas também para o status.
Evidente, não é necessário privar-nos de certo conforto material, nem elevação do nosso padrão de vida ou a garantia de certa posição na sociedade, muitas vezes conseguido às duras penas em detrimento de uma consciência socioambiental, mas acredito que um consumo consciente seria uma boa forma de mitigarmos o problema de escassez de recursos. Pesquisas revelam que de 20% a 30% dos bens que adquirimos não tem finalidade de utilidade, ou seja, não precisaríamos. Digam-me: para que trocar aquele Iphone penúltima geração para um de última geração só porque tem um aplicativo a mais? Para que trocar aquele carro que te leva para onde você quiser que nunca lhe deu problema por outro que apenas tem a lanterna no retrovisor? Pensem que são esses atos estimulados por empresas que se auto intitulam “sustentáveis” que fazem com que empresas na China contratem pessoas para trabalharem de12 a 18 horas por dia sem direito.
Como as regras de conduta dos indivíduos são a essência de onde provêm os padrões morais, seria óbvio que aumento dos padrões da conduta individual fosse acompanhado de uma elevação dos padrões de ação socioambiental. Que houve grandes mudanças, é evidente. Toda geração, como se sabe, privilegia alguns valores mais e outros menos do que as gerações anteriores. Mas será que precisaremos sentir na pele as conseqüências de um desastre para que notemos a importância de uma sociedade economicamente justa e socialmente viável? Quais os valores que, terão de desaparecer se entrarem em conflito com outros? Que valores são menos destacados no futuro a nós oferecidos principalmente pelos governantes?
Fatos como esses que fazem crianças na Indonésia e em outros lugares do mundo a trabalharem em ritmo de escravidão. Isso é sustentável? Você pode até dizer que para uma pessoa, um grupo ou uma empresa seja bem desenvolvida, precisam que outras estejam em decadência, Filosofia defendida por Robert Greene em seu livro “48 Leis do Poder”, mas bem verdade também que a sombra não é para todos, mas o sol sim.
Pense nisso.