quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A importância do pé-direito para o dimensionamento térmico

Na hora de escolher o ar-condicionado adequado, considerando a potência dos BTU’s, muitos consumidores fazem o cálculo sem levar em consideração um item muito importante na distribuição de calor: o pé-direito. Expressão muito utilizada em arquitetura, engenharia e em construções em geral, o pé-direito corresponde à distância do pavimento ao teto (altura).
Além de outras variáveis como as características do ambiente, número de pessoas, aparelhos elétricos, entre outros; essa medida pode influenciar diretamente na capacidade necessária para um adequado dimensionamento e consequentemente na vida útil dos aparelhos de ar condicionado, que poderão trabalhar mais que o necessário, e na sua conta de luz, pois o consumo será maior. Desse modo, para que se possa chegar ao cálculo correto do dimensionamento térmico – e por fim obter a temperatura desejada – é necessário levar em conta o pé-direito do ambiente onde o aparelho de ar condicionado irá ser instalado.
Como identificar a carga técnica ideal para o seu ambiente
Para facilitar na sua escolha em relação ao número de BTU’s que devem ser utilizados durante o aquecimento/refrigeração, conversamos com o professor Salvador Fraga, que atua como consultor de dimensionamento, projeto e implantação de sistemas de condicionadores de ar na SF Consultoria. Segundo Fraga, “a volumetria do ambiente sempre é levada em consideração no cálculo da carga térmica, tanto que o cálculo disponibilizado pelo site está adequado a construções em alvenaria, sem grandes aberturas, com pé-direito de até 3 metros. Em casos como este, consideramos 600 BTUs (ou até 800 dependendo das características do ambiente) por m², mas relembrando: estes números servem desde que o pé-direito seja de até 3 metros”.
Como calcular?
No entanto, há casos em que o pé-direito ultrapassa os 3 metros padrão, como em locais em que há uma distância mais elevada entre o pavimento e o teto, como igrejas ou estabelecimentos comerciais, por exemplo. Nessa hipótese totalmente empírica, se realizarmos um cálculo bastante simples (600/3), entenderemos que a cada metro (m¹) adicionado a altura devemos acrescentar mais 200 BTU/h na multiplicação pela área do ambiente em metros quadrados (m²).
Por exemplo, em uma área de 20 m², com 4 metros de pé-direito, notamos que ele excede em um metro a altura padrão. Então neste caso, deverá ser somado ao resultado adquirido em uma calculadora simples, o resultado de 200 (BTUs) x 20 (m²) = 4.000 BTUs. Acaba sendo uma regra de proporção em cima do cálculo inicial.
Apesar de existirem diferentes fórmulas aplicadas ao dimensionamento térmico, o professor salienta que esse cálculo corresponde apenas a um pressuposto baseado nas considerações iniciais. “Não posso aconselhar o que quer que seja sem que tenhamos o mínimo de comprovação científica”, declara Fraga.
Aparelho ideal
Levando em conta as diferentes funcionalidades dos diversos modelos que existem no mercado, o modelo Split Piso-teto é o mais aconselhável para os ambientes que suportam um pé-direito elevado. Considerando a capacidade do volume de ar insuflado pela unidade evaporadora e o volume de ar total a ser trocado no ambiente, esse tipo de aparelho é o ideal para lugares com a altura mais elevada, por distribuir de maneira eficiente a carga térmica.
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