quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Condomínios também podem sofrer com fraudes.


ADMINISTRAÇÃO
Fraude é um tema que sempre causa polêmica, em qualquer segmento da sociedade e para qualquer pessoa. Sofrer pequenos ou grandes golpes, com prejuízo financeiro, pode ser um pesadelo. Quando esse tema passa a ser abordado por condomínios, parece que “vira tabu”, de tão delicada que a situação pode ficar. Ela envolve pessoas ou empresas às quais confiamos a gestão das contas do condomínio, a quem acreditamos que seriam capazes de usar o dinheiro da coletividade que ali mora ou trabalha da melhor forma e honestamente. As fraudes podem ocorrer de várias formas: contratos superfaturados, desvio de recursos, cobranças ilegais, pagamentos indevidos etc. Colocando o “dedo na ferida”, esses tipos de problemas podem ser causados por síndicos e administradoras. Aí é uma questão de ética (que vamos abordar mais à frente), respeito e controle por parte de todos. Esses casos não estão restritos ao condomínio, e podem se tornar caso de polícia, cabendo as punições legais.

Tipos de fraudes e cuidados
Vamos elencar alguns casos mais comuns de fraudes em condomínios e passar alguns cuidados que devem ser tomados para que sejam, primeiro, evitados ou, se for o caso, corrigidos. Infelizmente, alguns desses casos podem vir de síndicos e/ou administradoras.
  • Desvio de recursos – desde o desvio simples do valor recolhido das cotas condominiais, não lançamento de receitas (muitos condomínios têm receitas extras, como locação de espaços para comércios, por exemplo), obras superfaturadas, contratação de serviços desnecessários, cobranças excessivas e desnecessárias, desvio de materiais do condomínio, entre outras. A dica é confiar, desconfiando. Seja síndico, conselho ou administradora, a transparência é fundamental. Exija sempre prestação de contas. Não espere a assembleia para isso, e se houver dúvidas, peça informações a qualquer momento. Fica mais fácil e objetivo;
  • Cobranças indevidas – contas que não existem ou contas por serviços não prestados e aquisições que nunca existiram. Preste atenção, sempre. A solução, checar sempre para onde o dinheiro do condomínio está sendo destinado e/ou se a aquisição de algum produto serviço realmente aconteceu ou necessária;
  • Documentos falsificados – sejam extratos bancários, comprovantes falsos ou adulterados de despesas, notas fiscais frias, recibos de pagamentos de empregados que não existem, cheques adulterados, enfim, quem planeja fraudar o condomínio encontra muitos caminhos. Checagem sempre;
  • Suborno e corrupção – seja de morador para com o síndico a fim de perdoar uma dívida, por exemplo, presentes, comissões por serviços ou na escolha de um fornecedor. Tudo isso se caracteriza como privilégio indevido. Se houver algum benefício, que o condomínio seja o favorecido, desde que dentro da lei e da normalidade.
A solução para isso parece a mais simples possível. Um dos caminhos, se houver qualquer dúvida ou desconfiança de um morador (ou do síndico para a administradora) sobre lançamentos, despesas, serviços, peça a verificação de documentos, e a verificação das contas do condomínio. A prestação de contas deve ser periódica e acessível a qualquer momento, em sua íntegra. Notando-se algum problema, exija explicações e punições, com ressarcimentos quando for o caso.

Ética acima de tudo
A palavra é ética. Ética nas relações, ética no trabalho, ética no dia a dia, ética na prestação de serviço, enfim. Quando condôminos escolhem um síndico, acreditam que ele tem preparo para isso. Confiam no que ele pode fazer por todos e pelo condomínio e esperam honestidade e ética nessa prestação de serviço. Da mesma forma, uma administradora deve ter ética e profissionalismo na execução do seu trabalho e  na gestão das contas do cliente. Transparência é outro conceito fundamental. Não existe um bom trabalho se não houver um bom relacionamento entre síndico, moradores e administradora.
São dois conceitos básicos, que muitas vezes são esquecidos.