segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Éticas para os outros


Não podemos estabelecer normas éticas para os outros se não a temos como princípios próprios para condução de nossas vidas. Em nome do poder, do autoritarismo, e até porque não dizer, do despotismo, inúmeras arbitrariedades se tem cometido nos âmbitos pessoal e profissional.

Ética é derivada do grego ethos que significa modo de ser de uma pessoa, ou seja, caráter, valores morais e premissas que norteiam a conduta humana se relacionam com o sentimento de justiça social.
Qualquer sociedade e seus grupos constituintes possuem os próprios códigos de ética, por exemplo: Ética educacional; Ética nos esportes; Ética jornalística; Ética na política; Ética no trabalho; Ética empresarial e, atrevo-me a adicionar, “ética na beleza”,porque os profissionais da beleza e estética são fomentadores da ética.

Os indivíduos quando procuram os institutos de beleza desejam transformar sua “ética visual” em outro código de performance. Isso significa que os técnicos da área são engajados de princípios “éticos”, agindo com todo rigor para contemplarem os clientes naquilo que eles mais desejam: reinventar a sua beleza.
Para tanto, vamos rememorar alguns conceitos que os profissionais aprenderam nos cursos de formação: postura profissional, postura com os colegas, postura com os clientes etc. Será que no dia a dia aplicamos as regras preestabelecidas? Essa pergunta deve ser regra básica em todos os momentos, pois se assim não o fizermos, a prática ficará comprometida.

Como desejar o sucesso na carreira se o fazer profissional não seguir o padrão da honestidade, do respeito e da solidariedade? A ética tem suas bases na moral (Sócrates) e no dever (Kant). Ou seja, é a vontade verdadeiramente boa, tendo assim conformidade com o respeito e dever.
Defende-se a ideia de que as “empresas bacanas investem nas pessoas” ou seja, os “ganhos” e os “lucros” não estão nos produtos ou serviços, e sim em quem os executam. Sejam alternativos, legalizados, autônomos e afins os indivíduos são brilhantes quando são éticos.
Não podemos estabelecer normas éticas para os outros se não a temos como princípios próprios para condução de nossas vidas. Em nome do poder, do autoritarismo, e até porque não dizer, do despotismo, inúmeras arbitrariedades se tem cometido nos âmbitos pessoal e profissional.
Nunca se falou tanto em Ética, uma palavrinha de cinco letras trazendo em seu significado tantas premissas. Permitam-me destacar um caso que vivenciei:
Enquanto fui aluna em um curso de capacitação de cabeleireiro, assisti, com muito pesar, a própria instrutora declarar que aplicava determinada química em sua própria sobrinha de apenas seis anos de idade. O testemunho é grave, pois a mesma plantou a “sementinha” antiética em seus alunos, visto que no mercado há inúmeros produtos especialmente produzidos para a linha infantil.
Muitos estabelecimentos em “nome do lucro fácil” vendem serviços e produtos como tops de linha, enganando clientes e comprometendo profissionais sérios e dignos. Há diversos exemplos que poderíamos descrever, porém, seríamos redundantes.
O que nos inspira neste artigo é outro foco: reflexão profunda sobre o tema vastíssimo e inesgotável. Como gestora de projetos sociais, sugiro a obrigatoriedade da disciplina curricular em torno da ética de forma mais abrangente e reflexiva nos cursos de capacitação, sejam na área da estética e beleza, como em todos os outros voltados à formação dos indivíduos. Somos cientes de que isso não resolveria o problema, mas diminuiria bastante as ações inadequadas e equivocadas de futuros profissionais.
Alargando a discussão, vamos para o mundo de relações que estão a família, os grupos de convivência e toda sociedade, que parecem desprovidos da ética do bem viver.
Precisamos trabalhar essa mesma congratulação em torno das populações menos desprovidas. Aí nesse ponto, se sobrepõe a ÉTICA. E como uma luta serena, deixarmos eclodir o que há de mais belo dentro de nós para a formação de um mundo melhor, no qual o belo manipulado seja verdadeiro. E porque não dizer sentirmos a gratificação mais lucrativa, que é o nosso encontro com o outro, no respeito e na motivação presentes em todas as profissões.