quinta-feira, 2 de outubro de 2014

AVALIAÇÃO DO EVENTO COPA DO MUNDO 2014 E MAIS!





A respeito dos reflexos da Copa do Mundo nos resultados, os executivos foram inicialmente estimulados a recordar quais eram as suas impressões lá no início do ano para o período do evento, momento no qual o forecast já estava definido para os meses de junho e julho. De forma quase unânime, eles relataram, num tom realista, que a sensação era de que seriam meses fracos, abaixo da média de anos anteriores, sendo praticamente o mesmo motivo para todos: haver menos dias úteis. Porém, afirmaram que tal situação estava prevista em seus budgets e não causou impacto tão negativo, ao contrário, alguns deles até consideraram o resultado acima do esperado, conforme mencionaram alguns executivos.
“Na verdade, não podemos considerar que foi negativo porque, quando nós pensamos no budget de 2014, já estávamos prevendo que os meses de junho e julho seriam meses com menos dias úteis e isso influenciaria na venda de uma forma geral, para os distribuidores e para as fábricas, então, nós preparamos o budget com um percentual menor e, para a nossa surpresa, as vendas ficaram acima da nossa previsão”
Para os executivos, as metas de vendas previstas para o período foram alcançadas, pois já era sinalizado um resultado inferior ao de um mês normal de vendas, considerando-se a quantidade de dias úteis e o próprio evento Copa do Mundo.
O período da Copa foi avaliado como positivo, até por estarem preparados para a possibilidade de haver queda nas vendas nos meses de junho e julho, e isso considerando os setores que não estavam envolvidos com Copa, que eram os de eventos, transporte, bebidas, hotéis e outros

REFLEXOS EFETIVOS DA COPA
Os executivos confirmaram as suas expectativas anteriores à Copa e disseram, ainda, que a maior influência para os resultados abaixo da média ficou por conta da baixa quantidade de dias úteis. Mesmo que os meses de junho e julho sejam considerados o segundo melhor período no ano para as vendas em geral, em função das férias, isso não contribuiu, em 2014, para sustentar as médias históricas realizadas em outros anos.
“Nos dias de jogos não dava nem para assistir aqui e continuar trabalhando depois, porque tinha que dispensar os funcionários e fechar as portas. Ficou serviço parado. Então, foi ruim para nós e para os clientes também. A quantidade de serviço que poderia ser feito diminuiu, caiu pelo menos 30% "
“Durante a Copa houve um desaquecimento nas vendas , muito em função das atenções voltadas para a competição e, consequentemente, para os mercados relacionados com o tema do evento.” 
SITUAÇÃO ECONôMICA DO PAÍS
A atual situação econômica do país é avaliada como preocupante  e pode afetar o fechamento das metas de 2014. Porém, para uns o impacto é maior por conta da queda na atividade industrial e devido à retração do consumo, influenciada por especulações.
“A queda da atividade na indústria é, em minha opinião, o pior indicador para os negócios. Isso traz duas consequências para o consumo direto, bem como para um importante setor diretamente ligado ao  mercado: o de transportes. 
“A atual situação do mercado nacional é instável e, com a aproximação das eleições, muita especulação acontece. Por conta disso, o mercado se retrai e os investimentos são postergados. O resultado dessa combinação é um mercado mais travado.” 
“Influencia diretamente, porque o que se fala na televisão e no rádio, o povo assimila, então, se ele tem alguma reserva, procura não gastar.  É uma preocupação que todo mundo tem porque não sabe o que vai acontecer, então, ele tem que se resguardar, não gastar.” 

EXPECTATIVA PARA O SEGUNDO SEMESTRE DE 2014
Apesar de haver uma preocupação geral em relação ao segundo semestre do ano, para a maioria dos entrevistados ele é historicamente melhor. Alguns, inclusive, demonstraram otimismo quanto ao fechamento do ano ter um saldo positivo.
“Nós sabíamos que seria um ano muito ruim, por causa dos eventos, mas eu acho que na realidade a tendência é melhorar agora, nos próximos 6 meses. Eu acho que no segundo semestre vamos recuperar a ponto de fechar os números e resgatar o atrasado.”

INFLUÊNCIA DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS
Para finalizar, a respeito dos efeitos que as eleições para presidente podem causar em seus negócios. Os comentários revelam um sentimento generalizado de que, para esses executivos, de alguma maneira os resultados das eleições poderão afetar, sim, os rumos dos negócios em suas empresas. Nota-se que a avaliação é a de que o mercado estará sensível aos possíveis impactos que qualquer candidato que vença o pleito poderá causar no quadro econômico do país, uma vez que para os entrevistados, alterar, ou não, a forma como a administração do Brasil vem sendo conduzida irá gerar efeitos colaterais significativos em seus mercados.
“Tudo é incerto. O que cabe a nós, como executivos, é estarmos sempre atentos às instabilidades econômicas e criar e executar as estratégias certas para conduzir os negócios da melhor maneira possível.”
“Eu acho que o consumidor está com o pé atrás por conta dessa situação da eleição, está inseguro com o mercado econômico hoje, mas, eu acredito que o país não vai mudar de situação, independente de quem ganhe a eleição. A situação do mercado continuará parecidíssima, embora poderemos apostar mais ou menos fichas depois da eleição, dependendo de quem assumir.” 
Apesar das opiniões serem diversas sobre os reflexos da Copa e o impacto das eleições, o que prevaleceu neste panorama foi claramente a sensação de otimismo em relação às expectativas com o mercado. Levando-se em consideração que todos estão inseridos no mercado de reposição, seja na comercialização ou na aplicação de peças, foram unânimes em dizer que, independente do evento Copa e do atual cenário político-econômico, a população precisará sempre de comprar e sobreviver.
Que venha a tempestade!