quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O problema está na comunicação.






Dizem que para cada fato existem pelo menos três verdades. A de quem está de um lado do fato, a da outra parte envolvida e a terceira de um observador alheio. Sendo assim a verdade verdadeira de verdade de algo que aconteceu é, por princípio, impossível. Cada lado tem sua interpretação e experiência sobre o ocorrido de acordo com seu ponto de vista que é afetado pelo contexto, crenças, valores e, principalmente, seus objetivos.

Quando falamos em comunicação corporativa acontece a mesma coisa.

existe um “gap”, uma diferença de interpretações, um conflito de pontos de vista.

Participo com muita frequência de seminários, workshops e eventos e vejo apresentações de cases que são uma verdadeira pérola. Tudo é perfeito, funciona e dá resultados extraordinários, os números comprovam.

Entretanto também tenho acesso a pesquisas internas de diversas empresas, as vezes as mesmas que vejo apresentando seus cases e onde, inevitavelmente, o quesito comunicação figura entre os maiores problemas. Principalmente a comunicação entre líderes e liderados.

Então quem está certo? E quem está mentindo ou aumentando?

A resposta é: todos e ninguém. Não necessariamente nessa ordem.

É natural que os departamentos de RH e comunicação foquem e compartilhem aquilo que dá certo e principalmente aquilo que é mensurável. Só quem trabalha nessas áreas sabe o quanto é difícil convencer uma empresa da necessidade de algumas iniciativas, ainda mais se elas não vierem acompanhadas do ROI (retorno sobre investimento).

De outro lado é natural também que os colaboradores emitam suas necessidades e desejos de melhoria na comunicação entre seus pares e superiores, ainda mais quando quem pergunta é alguém de fora da empresa (uma consultoria por exemplo) e eles estão protegidos pelo anonimato nas respostas.

O perigo dessas duas realidades é que a empresa, leia-se alta liderança, acaba por escolher em qual verdade acreditar e baseia suas ações a partir daí. E é muito mais fácil acreditar que tudo vai bem e que temos números para provar do que o contrário.

E aí se perpetua a má comunicação travestida de melhores práticas.

Para o bem da minha prestação de serviços na área de comunicação interna não vejo saída ou solução definitiva desta diferença de interpretações. Mas acredito que cada parte pode fazer algo para se aproximar da outra.

As empresas de um lado, acreditando que os números não falam tudo e diferenciando ferramentas de comunicação e comunicação efetiva. (uma distribui informação a outra conecta pessoas) e, de outro lado, os colaboradores que podem se utilizar das ferramentas de comunicação à sua disposição para incluir sua insatisfação nos números.

Enquanto as duas partes enxergarem apenas aquilo que interessa ou é favorável, a máxima do Guru da administração, Peter Drucker, continuará valendo.

“Mais de 60% dos problemas e conflitos de uma empresa (organização) estão ligados à falhas na comunicação”

Já imaginou você com 60% a menos de problemas?

Faça o TBC…( Tire a Bund.. da cadeira)

E agora com licença que to indo resolver os meus 60%!

Oi tudo bem? Algum problema? Posso ajudar?