sábado, 28 de setembro de 2013

Vida Ruim = Excesso de Informação + Ansiedade


                                                                                                 
                                                                                  
"Estou tão acelerado que começo uma conversa ao telefone e depois logo quero desligar e fazer em outra coisa". "Faltam horas no meu dia. Estou sobrecarregado, e com as mudanças acontecendo na empresa, as coisas estão piorando". "Recebo e-mails demais, não dou conta de responder". 

Isso já aconteceu com você? virou o coelho de Alice no País das Maravilhas?

Lembra quando não existia celular, email, sms, facebook e smartphones? Não faz muito tempo. Saíamos para almoçar com tranquilidade, conversavamos sem interrupções, depois voltavamos caminhando lentamente para o trabalho para resolver as coisas que faltavam. As 18:00hs já estavamos indo para casa. Essa vida acabou, pelo menos nas metrópoles. 

Ninguém mais anda devagar nos grandes centros. Todos se movimentam o mais rápido possível para dar conta do que fazer. Foi feita uma pesquisa em 31 países para medir a velocidade das pessoas caminhando nas ruas. Nos últimos anos a velocidade média subiu de 4,78 km/h para 5,26 km/h. isso é prova inequívoca de que o ritmo de vida está acelerando. As pessoas estão todas doidas e correndo.

Historicamente, a maior transformação no ritmo de vida ocorreu com a industrialização. Antes ninguém usava relógio. Os encontros eram marcados pela manhã, ao meio dia ou no final da tarde. Nunca depois do almoço, porque havia o sagrado cochilo da "siesta". Mas as técnicas de produção acabaram com essa moleza. Todos passaram a ter hora certa para chegar nas fabricas porque se alguém se atrasasse atrapalharia a linha de produção. Junto com os relógios de ponto, os relógios de pulso se tornaram populares. 

O novo ritmo, ditado pelas máquinas, mudou até a literatura. As histórias breves, escritas para serem lidas do começo ao fim num curto espaço de tempo, começaram a desbancar os grandes romances de 500 ou mais páginas. Ler um romance hoje é quase impossível. Durante a semana, inviável. No final de semana, quando pegamos o livro, precisamos reler quase tudo porque perdemos o fio da meada. Quando começamos a embalar na leitura, surge alguma coisa para nos distrair. 

A internet e as novas tecnologias não estão apenas diminuindo nosso tempo livre, estão também limitando nossa atenção. O stress da vida contemporânea vem fazendo diminuir nosso tempo médio de atenção. Na última década, o que chamam de "attention span" caiu de 12 para menos de 5 minutos. Esse é o tempo que conseguimos focar numa coisa. O que mais assusta é o motivo do interesse da seguradora: "A falta de atenção tem sérios impactos na realização de tarefas e aumenta o risco de acidentes", afirmam. 

Fazer muitas coisas ao mesmo tempo  e a ansiedade produz consequências preocupantes. O excesso de informação e a fragmentação do trabalho nos fazem perder capacidade cognitiva, dificultando a consolidação de informações e a discriminação. Não sabemos mais o que é importante e o que não é, buscamos apenas o que é novo. Apesar de termos uma impressão de eficiência, acabamos não fazendo nada direito. As constantes interrupções são contraproducentes e limitam nossos potenciais. Quando não há concentração, nossa produção equivale à de uma pessoa com QI 20% inferior.

Os jovens são os mais afetados. Há uma verdadeira epidemia de défcit de atenção entre eles. Em vários casos o problema é o excesso de estímulo e informação, porém muitos acabam sendo medicados.

O avanço tecnológico não vai parar, nem o turbilhão da vida agitada. Cabe a cada um aprender a fazer bom uso das novas ferramentas e encontrar soluções para melhorar a própria vida e a dos que estão à sua volta.

Pois a vida está Ruim! E muitos se enganam que está boa!

Então eu sugiro: PARE ! Reveja seus conceitos enquanto há tempo!