quarta-feira, 20 de agosto de 2014

A Era da Mediocridade

Mediocridade: me·di·o·cri·da·de 
(latim mediocritas-atis)

substantivo feminino

1. Qualidade de medíocremediania.

2. Pessoa que tem pouco mérito.

"Tenho mais medo da mediocridade que da morte."
(Bob Fosse)



Era da Mediocridade, os idiotas que estão por toda parte sonham com a erradicação da vida inteligente!

Os cretinos fundamentais de antigamente se limitavam a babar na gravata, lembrou Nelson Rodrigues numa crônica de maio de 1969. “O primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota”, escreveu. “Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar uma cadeira do lugar. Nunca um idiota tentou questionar os valores da vida”. Antes que se desse “a ascensão fulminante e espantosa do idiota”, decidiam por ele quem tinha cabeça para pensar e sabia o que fazia.

A mediocridade é uma das maiores chagas do mundo moderno. Ela representa estatisticamente a porção central da distribuição normal, ou curva de Gauss, segundo a qual cerca de 70% dos eventos observáveis encontram-se dentro da média com mais ou menos um desvio padrão.
 
É medíocre o aluno que se esforça apenas para obter a nota mínima exigida para passar de ano. É medíocre o estudante de pós-graduação que comparece às aulas com desinteresse, pois seu único objetivo é alcançar o certificado de conclusão do curso para rechear seu currículo. É medíocre o trabalhador que lacônica e covardemente apenas cumpre ordens, destituindo-se de um mínimo de bom senso e flexibilidade, como nos dois casos acima relatados.
 
Olhando para os extremos da curva de Gauss, identificamos dois grupos importantes de variáveis, muito acima ou muito abaixo da média, e que por esta característica de excepcionalidade impactam de forma decisiva os rumos da história. É o que Nassim Taleb denomina de “Extremistão”, em sua obra A lógica do cisne negro – O impacto do altamente improvável.
 
No mundo da gestão de pessoas, temos do lado direito da curva os grandes líderes e realizadores, aqueles que se destacam pela proatividade e elevada resiliência. Já do lado esquerdo, encontramos os estúpidos, dotados de falta de discernimento e sensibilidade.
 
O maior desafio de um gestor, líder ou educador, em qualquer cenário ou âmbito, é distorcer a curva de Gauss, trazendo os tolos ao menos para a média – ou livrando-se deles, quando possível – e estimulando os medíocres a abandonarem a zona de conforto para se tornarem pessoas especiais, comprometidas e engajadas, capazes de fazer não apenas o possível, mas de entregarem o seu melhor.
 
Agora eu lhe pergunto: em que ponto da curva você se encontra?