quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O Dragão e a Lesma


É notória, indisfarçável e inquestionável a presença geopolítica e econômica da China no mundo. O Gigante do Oriente é a segunda maior potência econômica mundial e com tendência ascendente. O Brasil também tem galgado posições no ranking do PIB mundial ,atingiu a sexta posição entre os países mais ricos do mundo(???). Mas há entre as duas neo-potências algo bem distinto a ser comentado: suas posições no ranking mundial da educação.
Na China criou-se uma espécie de obsessão por educação, chegando mesmo a uma paranoia coletiva envolvendo metas, desempenhos, índices e êxitos em avaliações internacionais. É, parece que os chineses enlouqueceram!
Lá no Oriente, esse negócio de obter excelentes colocações nos índices internacionais de desenvolvimento da educação virou mania. Os chineses até chegaram ao topo do último levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sobre o índice de desempenho educacional. Já o Brasil, como de costume, ficou acompanhando a paisagem em sua honrosa posição no fim da lista.
Primeiramente, transformaram a educação em aspecto estratégico para o desenvolvimento e passaram a investir no setor com o objetivo de garantir qualidade. E os chineses entenderam – e não fingiram que entenderam, como parece ser o caso brasileiro – que a educação é um critério decisivo para o desenvolvimento. Por lá, alunos são praticamente forçados a serem aplicados – o que aqui seria visto como uma ultrajante violação ao direito sagrado do jovem a não fazer nada e não ser cobrado por absolutamente nada, em respeito aos princípios do respeito à sua individualidade e mais alguma justificativa brilhante extraída do blá-blá-blá retórico do repertório de nossa pedagogia de esgoto.
Claro que a China não deve ser tomada como exemplo a ser seguido cegamente. Vale ressaltar que o país é uma ditadura marcada por uma situação política perversa e deplorável, onde o autoritarismo se faz presente em vários (ou quase todos) aspectos da vida dos habitantes. Certamente este autoritarismo está também nas escolas, acrescido de uma postura enlouquecida de competitividade que domina os estudantes. Tá bom, é verdade que não somos assim tão democráticos , mas é importante refletir sobre isso.
O fato é que o que temos aqui não é bom e nem eficiente. Os resultados da educação brasileira perante as comparações internacionais são pífios, vergonhosos e bem eloquentes na demonstração de que o que impera aqui não é a paranoia chinesa e sim o nosso desleixo irresponsável mesmo.
Não produzimos bons índices, não geramos eficiência na educação, mas criamos muita divagação estéril e políticas educacionais sem sentido. Nisso somos craques sem competidores à altura!