quarta-feira, 24 de julho de 2013

Economista e Sustentabilidade

Se olharmos a economia clássica, aquela que teve o ápice nos anos 80 e 90 (época em que me formei), diria que eles pensam muito pouco. Se olharmos para os últimos cinco anos, digo que o tema entrou na pauta, mas não mobilizou. A crise pela qual estamos passando (por mais que alguns teimem em dizer que foi só uma marolinha) vem deixando cicatrizes profundas e apontando a necessidade de se criar um novo modelo econômico.
Acredito que uma das saídas para a crise de 2008 tenha a ver com a sustentabilidade. Acredito não, tenho certeza. Mas a mudança é lenta e requer uma transformação muito complexa em empresas, governos, sociedades e na forma como estes três agentes se relacionam entre si e com o meio ambiente.
Apesar da dificuldade de se lidar com longo prazo e cenários críticos e, ao mesmo tempo, instáveis, questões relacionadas à energia, aquecimento global, perda de biodiversidade, escassez de água, população de nove bilhões de pessoas etc., terão de ser enfrentadas com mais seriedade.
Por conta dos cenários que se desenham para o futuro, a sustentabilidade sai um pouco do eixo da engenharia, focada na ecoeficiência e na melhoria de processos e passa a dividir o sofá com a economia, que tratará de mercado de carbono, oferta x demanda de alimentos escassos, viabilidade financeira de tecnologias sustentáveis, a própria economia de baixo carbono, dentre outras questões.
Sabendo que a maioria das escolas de economia ainda ensina as mesmas teorias que se aprendia há 30 anos, a pergunta-chave, hoje, é: o que os economistas pensam sobre sustentabilidade?
Por mais que em algumas situações o pensamento de um economista sobre determinado tema seja completamente antagônico a de outro, todos concordam com o papel que cabe a nós em relação à Amazônia e o fato da inviabilidade de se falar de crescimento zero em países em desenvolvimento, como Brasil, China e Índia.
Com isso fica a reflexão, já que somos um país em desenvolvimento, de como crescer de forma sustentável em um mundo próximo ao limite dos recursos naturais e com o fantasma das mudanças climáticas rondando a economia global. Resumindo Os economista da "velha escola", posso dizer, com experiência, só se faz sustentabilidade com retorno financeiro, por ex. Carbono zero = US$ 1 bi, ai sim... países se mobilizam e fazem algo. Se for por causa só do aquecimento global e não haver compensação financeira, nada se fará! Ficará tudo no campo das idéias.