sábado, 23 de fevereiro de 2013

Comportamento dos jovens hoje



Ser um jovem adolescente, hoje, é muito mais difícil do que foi em outras épocas, mesmo que isto possa parecer inverossímil, dado às facilidades do presente. Os pais são mais compreensivos, tolerantes, há maior liberdade sexual, de expressão e escolha profissional, o que era inimaginável no passado. Entretanto, a dualidade do atual pensamento social coloca lado a lado toda essa facilidade disponível e a exigência cada vez maior no que diz respeito à competência profissional, à estética, ao sucesso, entre outras coisas, constituindo e sendo responsável por novos sintomas que se manifestam nas relações familiares, na escola e no próprio corpo.
Relações incestuosas, sexualidade, gravidez na adolescência, escolaridade, depressão e pânico, drogas, transtornos alimentares e tantos outros assuntos são bem delicados para eles, aos quais, muitas vezes, se veem submetidos ou, de alguma forma, envolvidos, exigindo abordagem imersa em compreensão de pais, professores e outros profissionais, não culpando ninguém.  O mundo contemporâneo tem nos dado uma mensagem muito clara: se está difícil para os adultos, o que pensar para os jovens?
Vivemos uma época em que tudo se entrega, desde pizzas, vídeos, flores, livros, remédios, eletrodomésticos, até maconha. Nossos jovens vão formando suas personalidades num mundo de entrega rápidas, de soluções imediatas, de falta de espaço para a espera e o amadurecimento. Por isto reúnem características diversas e por vezes conflitantes: individualidade, hedonismo, consumismo, má-educação, agressividade, capacidade multitarefas, irreverência, radicalidade, tendências grupais, insegurança, rebeldia, consciência, espontaneidade, imprevisibilidade.
Mundo da velocidade nas comunicações, da introdução do ciberespaço, da era das imagens, do fastfood, tudo entregue na mão e imediatamente! Como exigir desses jovens, que têm a sua disposição desde as entregas do “Motoboy” até as facilidades proporcionadas por pais e professores, que saiam à luta, que encarem as frustações que toda conquista requer? Assim, mundo também da fragmentação, da crítica, das novas formas de pensar e de conduta.
Ainda há o aspecto que é a própria entrega desses jovens aos cuidados da escola, do motorista, do terapeuta. Entregues a qualquer um que seja capaz de estabelecer limites, porque os pais também estão tendo dificuldades em exercê-los.
Há quem ache que esta é uma geração perdida, mas a questão deveria ser colocada de outra forma: perdidos estarão os adultos se não compreenderem que, apesar do descartável e da correria, os jovens precisam da solidez dos valores e da experiência dos mais velhos, de uma boa estrutura familiar, mesmo que eles, com toda onipotência da juventude, achem isso tudo muito ultrapassado. Sem isso, a construção da identidade e personalidade do jovem estará irremediavelmente prejudicada.
Os jovens não nascem iguais em termos de oportunidades, posto que a vida nem sempre é justa. Assistimos a um aumento das situações de sofrimento que traduzem as falhas dos adultos e da sociedade em ajudar a crescer saudavelmente os seus jovens. Como resultado, os jovens passam a fazer das suas relações com os outros uma forma de exteriorização do seu mal-estar, advindo daí problemas tais como dependências de tóxicos, delinquência, criminalidade, prostituição, desemprego, entre outros.
Falar desses comportamentos desviantes é bem complexo, na medida em que as suas causas são multifatoriais. Já foi dito sobre a importância da estrutura familiar para a construção da identidade e personalidade em adolescentes, e são sabidos os mecanismos de como a crise familiar impacta na formação dos mesmos, mas um aprofundamento é necessário para melhor compreensão.
Quando a relação entre o jovem adolescente e a sua família está desestruturada, quando existe um vazio, uma explosão desagregadora do seu universo, o jovem em formação interioriza modelos de relação distorcidos e vai repetir, sistematicamente, o que foi aprendido nessas experiências precoces, em padrões de comportamentos desviantes que se fixarão em quadros clínico-patológicos no adulto jovem, caso não haja intervenção terapêutica em tempo para recuperação. É, portanto, da maior importância, poder crescer tendo referências predominantes de bons modelos. Se o contrário acontecer, haverá o risco de identificação exclusiva com o lado negativo. Crescerá o risco de se manterem sentimentos de desconforto com fracas expectativas sobre qualquer possibilidade de viver experiências de afeto e conforto. A violência é uma das mais fortes expressões desse desconforto.
Podem-se elencar como algumas das possíveis causas dos comportamentos desviantes dos jovens adolescentes a destruição familiar, a pobreza socioeconômica, o abandono, a exposição crônica à violência e privações múltiplas, dificuldades escolares (indisciplina) e a não inserção social e profissional.
Jovens com histórias de vida complicadas e de grande sofrimento trazem dentro deles raiva, medo, tristeza e sorrisos forçados. Só pedem que lhes devolvam tudo que lhes foi tirado... o tempo e a felicidade.
Na minha opinião os pais que queriam ser gays nos nos 80 e não podiam deixam os filhos serem, pais que queriam ser baladeiros, putos, maconheiros, etc ... idem...!