segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

DEGUSTANDO VINHO

Aprendendo juntos...
 intenção de escrever de modo "leigo" (sem prejuízo de evoluirmos juntos no estudo) a respeito do vinho, fazendo com que nós, brasileiros, sigamos o exemplo dos nossos países vizinhos e de outros continentes, na apreciação dessa bebida envolvente e espetacular!

VINHOS ITALIANOS.

Queridos leitores, acabamos de realizar estudo específico sobre alguns vinhos e regiões italianas. Estudo este realizado "in loco".

Dessa forma, para que fique mais didático, trataremos em post específico sobre cada região, seu(s) principal (ais) vinho(s), solo, clima e uva(s)... Ou seja, uma análise do terroir...

O ponto chave do estudo foi a aproximação do modo de pensar e agir do viti/vinicultor italiano e da sociedade italiana consumidora de vinho.

Fotos ilustrativas estão sendo preparadas...

Foram dias maravilhosos, sendo percorridos 2.500 Km em 23 dias de viagem.

Pontos sobre culinária local também foram enfocados.

Principais regiões estudadas: Piemonte, Toscana, Liguria, Veneto e Lombardia.

Aguardem porque está muito substancial este estudo!

*PS: Mais duas/três semanas começaremos a postar, sendo postagens quinzenais...

VINHOS DE PORTUGAL.


VINHOS DE PORTUGAL – PARTE III
Neste post demonstraremos como está distribuída a legislação Portuguesa sobre vinhos.
Pois bem, podemos começar dizendo que Portugal é um país pioneiro na adoção de leis para a defesa dos interesses do consumidor (há quem indique o ano de 1756, por meio das medidas pombalinas, remetendo-se a Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, como a primeira medida legislativa com finalidade de se estabelecer a demarcação da região produtora do vinho do Porto).
Pois bem, a legislação portuguesa, além de demarcar a área territorial, também prevê as castas, processo de vinificação e a forma de produção que poderá ser adotada pela vinícola demarcada e controlada na região indicada. 
 Desse modo, basicamente em Portugal podemos encontrar quatro tipos de classificação de vinho. São estas: Vinho de Mesa, Vinho Regional, Vinho de Indicação de Procedência Regulamentada (IPR) e Vinho de Denominação de Origem Controlada (DOC).
Pela primeira classificação – vinhos de mesa - temos os vinhos populares de Portugal. São vinhos simples produzidos em diversas regiões, sem controle de qualidade e sem área restrita de produção.
Por seu turno, os Vinhos Regionais, designação concedida em 1992, são aqueles vinhos produzidos em determinada região (basicamente 8 regiões: Algarve, Alentejo, Beiras, Estremadura, Ribatejo, Rios do Minho, Terras do Sado e Trás-os-Montes). Em tese, possuem qualidade melhor do que os vinhos de mesa (digo em tese porque poderá haver excelentes vinhos de mesas, todavia como não há um controle de qualidade sobre os mesmos, tais ficaram no anonimato!).
De outro lado, os Vinhos de Indicação de Procedência Regulamentada (IPR), classificação esta estabelecida em 1986, são vinhos de determinada região, chamada de vinhos de qualidade produzida em região demarcada (VQPRD); contam com um controle fiscalizatório maior do que os considerados regionais. São estabelecidas para essa classificação 30 regiões produtoras, destacando-se: Alcobaça, Almeirim, Biscoitos, Chamusca, Chaves, Encostas d’Aire, Évora, Óbidos, Santarém, Torres Vedras.
Por fim, os Vinhos de Denominação de Origem Controlada (DOC), produzem os considerados vinhos de melhor qualidade tendo em vista o maior controle legislativo que se estabelece. Podemos citar as seguintes regiões demarcadas de origem controlada:
a)      Alentejo: Centro-sul de Portugal, na divisa da Espanha. Se subdivide em: Borba, Vidigueira, Reguengos, Portalegre e Redondo. Principais vinícolas: Herdade do esporão, Quinta do Carmo, Quinta da Terrugem, Paço dos Infantes, Cartuxa e Monte do Pintor.
b)      Bairrada: Centro-norte de Portugal. A peculiaridade dessa região é que ela produz vinho encorpado e tânico ótimos para envelhecimento para poderem ser melhores degustados e aproveitados. Também há nesta região excelentes espumantes. Principais vinícolas: Casal Mendes, Bairrada Caves Aliança, Caves São João, Luís Pato e Bairrada Messias.
c)       Bucelas: Vale do rio Trancão que fica a 25 km de Lisboa. Principais vinícolas: Prova Régia, Quinta da Romeira, Bucelas Caves Velhas e Calhandiz.
d)      Dão: É a maior região vinícola de Portugal. Situa-se no Centro-norte de Portugal entre os rios Dão e Mondego. É predominante a produção de vinhos tintos. Principais vinícolas: Conde de Santar, Real Vinícola, Dão Terras Altas, Dão Cardeal, Dão Catedral, Dão Aliança, Dão Grão Vasco e Duque de Viseu.
e)      Douro: Nordeste de Portugal. Região Produtora do VINHO DO PORTO, todavia há também produção de vinhos não fortificados. Remetemos o leitor ao post – Vinho do Porto.
f)       Madeira: Ilha da Madeira – oceano Atlântico. Produz vinhos brancos fortificados doces ou secos. Tais vinhos podem e devem ser envelhecidos (para alguns enólogos a capacidade de envelhecimento de até 50 anos!). Essa região detem uma peculiaridade. A produção de vinhos desta região é feita pela Madeira Wine Company, destacando-se os seguintes nomes: Blandy, Cossart Gordon, Leacock e Miles.
g)      Costa Verde: Norte de Portugal. Produtora do vinho verde. Remetemos o leitor ao post Vinho Verde.
h)      Moscatel de Setúbal: Região que ganha o nome da principal uva – moscatel de Setúbal. Situa-se ao sul de Lisboa. Produz vinhos fortificados com estrutura para envelhecer, segundo alguns enólogos, entre 20 a 40 anos. Principais vinícolas: Periquita (que também é o nome da principal uva, chamada por outros de Castelão Francês), Catarina, Cova da Ursa, Meia Pipa, Camarate e BSE.
i)        Algarve: Situa-se no extremo sul de Portugal. Subdivide-se em: Lagoa, Lagos, Portimão e Tavira. Principais vinícolas
j)        Carcavelos e Colares: Região costeira a noroeste de Lisboa
Para terminarmos o estudo dos vinhos portugueses colacionamos uma citação de Jorge Lucki retirada do livro “A experiência do gosto”, quando o autor trata do tema: “Portugal deixou de ser apenas Vinho Verde, Dão e Porto”, dizendo: “A entrada de Portugal no Mercado Comum Europeu em 1986 redundou mais do que em progresso (visível) e estradas; os ‘novos’ vinhos portugueses refletem também, inequivocamente, uma nova mentalidade. O processo de modernização trouxe uma geração de vinhos que ao mesmo tempo preserva a identidade do país e mostra de forma transparente o enorme potencial vinícola português. Essa identidade é garantida pela utilização de suas castas de uvas originais, transformando Portugal numa das raras regiões do mundo a obter sucesso sem apelar para Cabernet e Chardonnay.”.
* MAPA DAS REGIÕES PRODUTORAS DE VINHO EM PORTUGAL:
*(Imagem retirada do livro: Coleção Folha - O Mundo do Vinho - Portual - vol.09 - p.13).
VINHO VERDE
VINHOS DE PORTUGAL – PARTE II


Caro leitor, vamos estudar a segunda parte dos vinhos portugueses, qual seja o VINHO VERDE.


De fato, a primeira premissa é: O nome desse vinho, não condiz com sua substancia em si! É isso mesmo, não existe vinho propriamente verde – de uvas verdes ou de cores verdes!


Na verdade. VINHO VERDE é a designação dada ao VINHO JOVEM. Isso mesmo, ele é verde porque ele não é maduro, leia-se, velho! Mas pode e deve ser bebido!
Todavia, antes de mencionarmos as características desse vinho, valido fazer alguns apontamentos:



A região que produz o vinho verde é chamada de COSTA VERDE, e fica no extremo noroeste de Portugal, entre a região do Porto e a fronteira com a Espanha (tendo rio Minho ao norte e o oceano Atlântico a oeste). Nesta região, segundo as leis Portuguesas, encontra-se a Denominação de Origem Controlada do Vinho Verde (DOC Vinho Verde), ou seja, somente nesta área será produzido o vinho verde de qualidade controlada. Aliás, essa área é a maior de Portugal, cobrindo quase todo o seu noroeste.





Diante da premissa de ser o vinho verde um vinho jovem, tal deverá ser consumido logo, dessa feita, a maioria dos produtores não indicam safra no rótulo das garrafas, subtendendo que o vinho é no máximo da colheita do ano anterior.


O vinho verde pode ser tanto branco quanto tinto (este mais popular em Portugal). Possui como características ser seco e levemente frisante, com pouco álcool (entre 8,5 a 11,5%) mas com alto nível de acidez. Valido frisar que o vinho verde tinto é extremamente tânico.


As uvas que dão origem ao vinho verde são em sua grande parte retiradas de vinhedos onde se planta várias cepas de campo (Azal tinto, Vinhão, Borraçal, Espadeiro tinto, Pedral, Rabo de Ovelha tinto, Bracelho), ganhando destaque as uvas Loureiro e/ou Trajadura (duas das principais uvas daquela região).


São uvas que, mesmo depois de maduras, possuem alto grau de acidez e pobreza em açúcar. Ganham destaque por isso em seu processo de vinificação, onde o mesmo continua a ocorrer dentro da garrafa, uma vez que, nesta, ainda há uma segunda fermentação onde os ácidos transformam-se em outros ácidos (acido málico transforma-se em acético), bem como, há a produção de gás carbônico. Isso denomina-se fermentação malolática.


Destaca-se que as parreiras são diferentes das convencionais, isso porque, são irregulares, muito altas, apoiando-se em outras arvores, alcançando de 2 a 5 metro de altura. Sendo certo que, algumas parreiras são conduzidas na posição horizontal. Cada parreira produz em média 10 a 20 kg de uvas.


Um dado importante é que, grande parte dos vinhos verdes consumidos fora de Portugal (vinhos verdes tipo exportação) estão sendo adoçados para mascarar as características peculiares de tal vinho, qual seja, seus altos níveis de acidez e secura. Explicável por alguns especialistas diante da harmonização e características regionais de hábitos alimentares diferentes daqueles da região exportadora. (Te convence? Me parece mais um produto falsificado!).


Podemos destacar como fortes produtores de Vinho Verde: Aliança, Acácio, Calamares, Casal Garcia e Gatão.


À título conclusivo, podemos afirmar que, o vinho verde é um vinho típico do verão, devendo ser servido entre 10 a 13 graus. Harmonizando perfeitamente com frutos do mar, principalmente mariscos. Consigna-se que, não é um vinho para ser degustado e contemplado. É um vinho para abrir seu apetite e passar o tempo com a comida servida!




Uma dica para quem for visitar a região do Vinho Verde é que, a maioria das Quintas possui, além do vinho verde é claro, também um conjunto arquitetônico milenar maravilhoso, recebendo os turistas como hóspedes.



Terminamos esse post com uma frase de um grande professor de química e especialista em vinho, Antonio Augusto de Aguiar, datada de 1876, retirada do livro “Vinhos” de André Dominé, que certamente lhe ajudará a degustar esse vinho: “O vinho verde é um dos vinhos mais invulgares. É original, novo, refrescante, bom para dietas. Não inebria. Essa é a razão pela qual o adoro. Sabe respeitar a inteligência”.

Boa degustação!

VINHO DO PORTO







VINHOS DE PORTUGAL – PARTE I






Olá caro leitor, iremos dividir o estudo dos vinhos Portugueses em 3 (três) partes, isso porque, quando falamos em vinho Português, logo nos vem em mente o “vinho do porto”; sendo assim, esse será o primeiro post. Num segundo momento, falaremos do “vinho verde”, e por fim, fecharemos nossa expedição na viticultura lusitana com os chamados “vinhos de denominação controlada - DOC”.




Sendo assim, passemos a entender o VINHO DO PORTO.




Para tanto, faremos uma digressão histórica que nos ajudará a entender a produção desse vinho, bem como, a importância de Portugal no mundo da viticultura.




O mundo da viticultura em Portugal sofreu forte, senão total influência da Inglaterra, isso porque, no século XVII quando a Inglaterra entrou em guerra com a França (leia-se mais uma guerra entre estes Países), a Inglaterra escolheu Portugal para suprir a demanda inglesa de vinho, onde, por meio do tratado de Methuen assinado em 1703, ouve a derrubada das tarifas dos produtos portugueses, concessora da ascensão da expansão dos vinhos de Portugal.




Aliás, estudiosos também apontam outro fator marcante na condição de ascensão da viticultura portuguesa, que foi feito em face das invasões napoleônicas em Portugal, onde, além da vinda de D. João VI ao Brasil, também fez com que Portugal virasse vice-reinado, firmando alianças com o Reino Unido que gerou a expulsão e derrota de Napoleão das áreas Portuguesa. Esse fato estreitou mais ainda o comercio do vinho Português com a Inglaterra.
Dentro dessa perspectiva, surge, em 1756 o nome de Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, como primeiro ministro de Portugal, onde, no intuito de melhor atender aos “fiéis” clientes ingleses, demarcou e delimitou a região portuguesa do DOURO como sendo destinada a produção do VINHO DO PORTO (Douro é uma região banhada pelo rio Douro, principal rio de acesso ao oceano Atlântico, feita pela região do Porto que deu nome ao vinho!).




Nesse contexto, fato é que, alguns autores apontam que o VINHO DO PORTO nasceu de um ACIDENTE DE PERCURSO, isso porque, como Portugal tinha que fornecer vinho para a Inglaterra, e como os caminhos marítimos – comércio além-mar – eram permeados de longas distâncias, à guarda dos vinhos transportados em tonéis era agregado de água ardente vínica para que houvesse um processo mais rápido de fermentação e por consequencia o vinho ficasse preparado mais rápido. Donde, nasceu um vinho fortificado e doce, isso porque, com a adição do álcool no PROCESSO DE VINIFICAÇÃO, interrompia-se a fermentação natural das cascas das uvas (que demandaria determinado tempo), mantendo-se por assim, o açúcar natural das uvas.




Desse modo, podemos tirar duas conclusões sobre o VINHO DO PORTO: suas principais regiões produtoras situam-se no DOURO e por consequência na região do PORTO; e, o processo de vinificação do vinho do porto é diferente dos tradicionais processos de vinificação, uma vez que, é adicionado água ardente vínica (gradação de 77%) para interromper o processo de fermentação natural (que dura somente 48 horas), por meio do qual aproveita-se o açúcar das uvas, fazendo com que nasça um vinho fortificado e doce. Alguns estudiosos intitulam-no como um licor de uva. Todavia, as rígidas leis portuguesas sobre vinho, concebem-no como VINHO, sendo assim aceito pelos enólogos e sommeliers!



Lancemos algumas curiosidades: Quinta é o termo utilizado para designar a vinícula em Portugal – seria sinônimo ao termo Chateou na França; Uvas autóctones é a designação concedida para as uvas próprias daquela região – Portugal é pródiga em uvas autóctones, onde destacamos as seguintes na utilização do vinho do porto: Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Nacional – essa é a principal; e, como última curiosidade destacamos o termo Garrafeira que é o nome dado para adega em Portugal, termo também utilizado para designar as lojas que vendem vinhos.




Passado em revistas tais aspectos introdutórios, vamos para os “TIPOS” DE VINHOS DO PORTO com suas características:




1. RUBY: é um tipo de vinho do porto jovial e frutado. Possui a mistura (tecnicamente chamada de assemblagem ou corte) de diversas safras envelhecidas por 2 ou 3 anos antes de ser engarrafados. Se receberem a designação RESERVA é porque foram feitos de cepas premium e envelhecidos de 3 a 5anos antes de serem engarrafados. Deve ser servido em temperatura de 13 a 16 graus.




2. TAWNY: é um tipo de vinho do porto que ganha conotação aveludada e complexa de frutas. São envelhecidos por mais tempo que o tipo ruby, onde em geral indicam a idade no rótulo (10,20,30 ou 40 anos). Todavia, há tawny mais baratos no preço que apresentam a mesma idade de um ruby básico, sendo inclusive uma versão mais atenuada daqueles. Deve ser servido em temperatura de 13 a 16 graus.




3. VINTAGEM: é o melhor vinho do porto de uma única colheita (entenda: diferente dos outros dois tipos acima, este não conta com diversas safras!). É envelhecido por 2 ou 3 anos em madeira antes de ser engarrafado, onde quando engarrafado, permanecerá por 20 anos ou mais; isso porque, será engarrafado sem filtragem, onde formará sedimentos (chamados tecnicamente de crust) que ajudarão no amadurecimento do vinho. É um típico vinho que merece ser decantado para que não bebamos suas borras. E mais, com a idade fica suave e floral combinando potência e elegância. Deve ser servido em temperatura de 18 graus.




4. LATE BOTTLED VINTAGE (LBV): é um vinho do porto de uma única colheita em maior escala do que o vintage, sendo envelhecido de 4 a 6 anos em madeira antes de ser engarrafados. Seu engarrafamento se processa mediante filtragem. Como característica podemos dizer que possui maior profundidade do que um ruby reserva, sendo muito popular. Deve ser servido em temperatura de 18 graus.




5. COLHEITA: é um vinho do porto de um só clima, sendo envelhecido em madeira por no mínimo 7 anos. Algumas colheitas inclusive ficam 30 anos ou mais em madeira. Por característica possuem um caráter suave, dourado, madeirado e sedoso. Deve ser servido em temperatura de 18 graus.



6. CRUSTED: é um vinho do porto que mistura aspectos do ruby e do vintage, isso porque, é produzido com cortes de mais de uma colheita sendo engarrafado sem filtragem. É um vinho potente e concentrado. Deve ser servido em temperatura de 13 a 16 graus.




7. PORTO BRANCO: é um vinho branco produzido pelo processo de vinificação dos vinhos do porto, destacado principalmente das cepas viosinho, rabigato, malvasia, fina, codega, gouveia, moscatel, Fernão pires, arinto, folgazão e donzelinho. Em geral possui característica de ser meio-seco, harmonizando perfeitamente com aperitivos. Deve ser servido em temperatura de 13 a 16 graus.




Caro leitor, tendo em vista a característica desse blog, lançamos aqui alguns aspectos descritivos do vinho do porto. Com isso, esperamos ter desmistificado seus conceitos no sentido de colaborar na aquisição desse vinho.
Ressaltamos por fim que, a harmonização do vinho do porto será explanada em post específico.




Boa degustação!

QUER COMPRAR VINHO E ENCONTROU DIFICULDADES?



DICAS DE COMO COMPRAR UMA GARRAFA DE VINHO.


Sem medo de ser feliz, queira muito adquirir sua garrafa de vinho e constituir seu “acervo” de garrafas; para tanto, deixaremos algumas dicas de como adquirir seus exemplares:


Primeiramente, começamos dizendo que, não se faz necessário ir somente a lojas especializadas em vinhos, podendo adquiri-los em supermercados. Basta ter uma primeira atenção no sentido de como e qual a condição à garrafa está armazenada.


Posto isso, tenha sempre em mente que o rótulo do vinho é seu RG! Assim, deveremos nele procurar as seguintes descrições:


a) Nome do produtor/vinícula;

b) Nome do vinho;

c) Safra;

d) Teor alcoólico e outros dados (exemplo se contém ou não alguma propriedade extra, dados do engarrafador);

e) Volume do líquido;






f) Classificação de qualidade (muito levado a sério (inclusive por lei) em alguns Países do Velho Mundo – ex: Gran Cru. Contudo, nem tanto no Novo Mundo – ex. Reserva – Aliás, no em Países do Novo Mundo, vinículas utilizam essas classificações como efeito de marketing); e;








g) Uva (vale aqui uma advertência: Algumas vinículas do Velho Mundo não tratam no rótulo das uvas empregadas na elaboração do vinho, devendo ser lidas no contra-rótulo da garrafa). Aproveita-se colacionar outro termo do mundo do vinho, qual seja, “Varietal”, que é o termo utilizado quando na elaboração do vinho utilizou-se somente um tipo de uva!

EXEMPLO:
















Contudo, tais informações podem estar perdidas em cada rótulo analisado, nem por isso não compraremos o vinho. Assim, dentre todas as informações, algumas são IMPRESCINDÍVEIS, quais sejam:


SAFRA, isso porque, vinho sem safra é como vinho sem data de nascimento, logo, não faz aniversário, não se sabe sua idade; destarte, nem se conseguirá tirar seus documentos, o que dirá bebê-lo!

Ademais, identifique a UVA, e, o PAÍS DE ORIGEM. Aliás, estas duas últimas identificações servirão muito na ajuda da compra de bons vinhos, justamente porque certos países possuem suas principais uvas diante do “terroir” daquela região. Exemplos: CHILE – uva cabernet sauvignon; ARGENTINA – uva merlot; URUGUAI – uva tannat; ESPANHA – uva tempranilo; AFRICA DO SUL – uva pinotage; dentre outras (faremos um tópico específico de cada país, sua principal uva e regiões produtoras).

Tente identificar:



A par dessas mínimas informações, certamente você poderá encontrar seus exemplares, e assim, adiquirir sua bebida dos Deuses!

TANINOS

O QUE SÃO TANINOS?

A maioria das pessoas que provam vinho conhecido como “seco” logo se impressionam (ou decepcionam) com uma sensação adstringente – a famosa boca amarrada e amarga - que o mesmo causa, não é verdade?


Pois bem, essa sensação de adstringência é justamente provocada pelos TANINOS que são ácidos polifenóis de origem vegetal produzidos pela casca da uva (por isso os taninos encontram-se em maior quantidade nos vinhos tintos. E mesmos nestes, há certas cepas – exemplo: cabernet sauvignon – que são mais tânicas que outras – exemplo: pinot noir).




Aliás, os taninos, além de estarem envoltos na sensação de adstringência, também encontram relação no corpo e estrutura que o vinho pode deter (são os chamados vinho com taninos “sérios” ou com taninos “concentrados”).


Sendo assim, podemos afirmar que, um vinho com boa concentração de taninos é aquele que não agride demasiadamente a boca, mas também que não seja ínfimo a ponto de deixar o vinho sem uma consistência e permanência na boca.


Uma curiosidade relacionada aos taninos está no sentido de se identificar quanto tempo o vinho poderá ficar guardado. Leia-se, um vinho que se apresenta com alto grau de taninos, para atingir sua maciez e ser bem aproveitado, não poderá ser consumido de imediato, devendo ser guardado para que os taninos tornem-se maduros e perfeitos para o consumo – ação benéfica e milimétrica do oxigênio no vinho.




Certo disso, quem indicará se o vinho deverá ou não ser guardado e o tempo de guarda, são os estudiosos do vinho, bastando consultá-lo! Mas uma regra (que evidentemente possui exceção!) podemos trazer: a maioria dos vinhos das Américas – Novo Mundo – são vinhos que não necessitam de guarda, sendo assim, quando muito tânicos, basta deixá-los em maior contato com o oxigênio quando abrir a garrafa. Já os do Velho Mundo – continente Europeu – valem a pena uma maior cautela, consultando um enólogo, sommelie ou então enviando e-mail para a vinícola produtora do vinho, diante da complexidade que algumas garrafas podem adquirir.



Por fim, deixemos uma dica relacionada ao modo de aproveitamento do tanino na harmonização do vinho com a comida: Vinhos com taninos protuberantes combinam muito bem com refeições mais gordurosas, pois a sensação de adstringência do vinho se coaduna com a sensação de untuosidade de gordura na boca deixado pela comida. Assim, aquele churrasquinho com aquela picanha com dois dedos de gordura, será muito bem acompanhado de um vinho tânico.



Boa sorte com suas degustações!

domingo, 5 de junho de 2011

UVAS VINÍFERAS E NÃO-VINÍFERAS


Você sabe a diferença?
 
Todo mundo sabe que o vinho é feito da uva. Mas o que nem todo mundo sabe, é que na “vinificação” (nome do processo de fabricação do vinho), o vinho pode ser feito a partir de dois tipos diferentes de uvas: viníferas e não-viníferas.
As uvas viníferas não são boas para o consumo alimentar, pois elas são amargas e adstringentes demais. Mas, são excelentes para a fabricação do vinho, pois a sua casca possui bons elementos químicos naturais para a produção do vinho. Por isso, os vinhos produzidos a partir delas são conhecidos por ter uma alta qualidade no seio do estudo sobre a bebida. Aliás, em certos países, principalmente no “velho mundo” (Itália, Espanha, França etc), é proibida a fabricação de vinho que não seja a partir de uvas viníferas.
São exemplos de uvas viníferas: Tintas: Cabernet Sauvigno­n, Cabernet Franc, Tempranillo, Merlot, Syrah, Pinotage, Pinot Noir, Tannat, entre outras; Brancas: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling, Pinot Grigio, Prosecco, Sémillon, dentre outras…
O vinho também pode ser produzido a partir de uvas normalmente utilizadas na nossa alimentação, que são as uvas não-viníferas. Por sinal, esse tipo de produção é muito comum aqui no Brasil, tendo recebido o título de “vinho de mesa”. É o típico “vinho da casa” que tem nos restaurantes. Geralmente, os vinhos de uvas não-viníferas são suaves (doce).
Esse tipo de vinho é criticado por alguns especialistas (sommeliers / enólogos), pois alegam que o aroma e sabor da uva não-vinífera é tão forte, que mascara outros aromas e sabor que o vinho possa apresentar, por exemplo: couro, maçã, frutas cítricas, chocolate, baunilha, etc.
São exemplos de uvas não-viníferas:
Isabel, Niágara, Itália, Rubi, Thompson (conhecida como uva sem semente).
Agora, que tal você conferir a diferença? Uma dica: para escolher seu vinho, basta prestar atenção à uva, que normalmente está presente no rótulo do vinho ou no contra-rótulo (que fica na parte de trás da garrafa). Siga os exemplos de uvas citadas acima.


Boa sorte!